A indefinição sobre o estádio que vai receber os jogos da Copa de Mundo de 2014 em São Paulo afetou o planejamento de mobilidade urbana para o evento na capital paulista. As obras indicadas pelos governos estadual e municipal priorizavam o acesso à região do estádio do Morumbi, cujo projeto de adequação, de R$ 280 milhões, foi rejeitado pela Fifa.
A segunda opção para São Paulo ter um estádio capaz de suportar 65 mil torcedores e receber o jogo de abertura da Copa seria um estádio em Pirituba, mas o prefeito Gilberto Kassab (DEM) praticamente enterrou essa alternativa ao afirmar que não há tempo hábil.
A confusão envolvendo o estádio paulistano da Copa deverá começar a ser desfeita, segundo o presidente da CBF e do comitê organizador do Brasil, Ricardo Teixeira, a partir de uma reunião com integrantes do comitê organizador paulista, que tem à frente o governador Alberto Goldman (PSDB), dia 19 ou 20. E na próxima terça, o Palmeiras vai assinar o documento final para a construção da nova arena, que o capacitará a receber jogos da Copa.
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Um dos exemplos de projetos afetados pela indefinição sobre o local dos jogos é o da linha 17-Ouro, um monotrilho de R$ 3,17 bilhões para ligar a futura estação de metrô Morumbi (Linha 4-Amarela) ao aeroporto de Congonhas e às linhas de metrô 5-Lilás e 1-Azul. A linha terá 21,5 quilômetros e 19 estações. O projeto não foi abandonado, mas deixa de ser prioritário.
Estado e Prefeitura de São Paulo pretendem investir R$ 34 bilhões em transporte público e mobilidade urbana visando a Copa. A prefeitura ressalta que os investimentos para a Copa já faziam parte do planejamento, pois atendem a uma demanda já existente, e só tiveram o cronograma adiantado.
O fato é que, entre os projetos de mobilidade urbana citados como prioritários pela prefeitura para atender à demanda da Copa, nenhum entrou em fase de investimento até o momento.
O prolongamento da avenida Jornalista Roberto Marinho, túnel que ligará a via à rodovia dos Imigrantes, um investimento estimado em R$ 2,9 bilhões, está em licitação, assim como o prolongamento da avenida Chucri Zaidan e a construção dos túneis que formarão o Complexo Viário Sena Madureira. A ampliação do túnel Lineu de Paula Machado está em fase de elaboração de projeto.
A modernização e expansão da rede de metrô e trens também foram incluídas nas prioridades da Copa em São Paulo. Porém, dois grandes projetos, o Expresso Aeroporto, trem que ligará o centro da capital ao aeroporto de Guarulhos, e o monotrilho de ligação da estação de metrô Vila Prudente à Cidade Tiradentes, tiveram as licitações suspensas e não há previsão de retomada.
Em 2013 será entregue a segunda parte da Linha 4-Amarela, que levará o metrô até o bairro Vila Sônia. Junto a essa estação terminal, há o plano de construir um terminal internacional de ônibus.
O pleito de São Paulo para o PAC da Copa é de R$ 2,8 bilhões, com contrapartida de R$ 400 milhões das esferas municipais e estaduais, investimentos que iriam para a Linha 17-Ouro (monotrilho) e para o terminal de ônibus Vila Sônia.
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