O desempenho acumulado até maio deve levar o grupo Randon, fabricante de implementos rodoviários, vagões ferroviários, autopeças e veículos especiais, a rever para cima as projeções originais para 2010. As novas projeções serão divulgadas ao mercado junto com a apresentação dos resultados do segundo trimestre do ano, em agosto, disse ontem o diretor corporativo de Relações com Investidores da empresa, Astor Schmitt.
Tudo indica que sim, respondeu o executivo quando questionado sobre a possibilidade de superação dos números projetados no fim de janeiro. Na época, a Randon anunciou previsão de receita líquida consolidada de R$ 2,8 bilhões em 2010, com alta de 13,4% sobre o ano passado, mas até maio o montante já chegou a R$ 1,4 bilhão, o que em bases anualizadas representa mais de R$ 3,3 bilhões.
A previsão original da Randon também não levava em conta a venda de 1.150 vagões ferroviários para transporte de grãos para a MRC Soluções em Logística Ferroviária, controlada pelo grupo japonês Mitsui, que serão alugados para a ALL América Latina Logística. Conforme Schmitt, as entregas começarão entre agosto e setembro e serão concluídas em junho de 2011. O valor não foi revelado.
Conforme Schmitt, o bom desempenho do grupo é influenciado pelo crescimento do setor automotivo, da agricultura, do consumo de bens manufaturados e do transporte de cargas. Para o executivo, a expansão da economia é, em boa medida, resultado das políticas anticíclicas adotadas pelo governo federal a partir da crise global deflagrada no fim de 2008. A Randon trabalha com cenário de alta de 6,5% a 7% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2010.
Mantida a tendência, as exportações, que somaram US$ 87 milhões até maio, devem superar os US$ 200 milhões no acumulado do ano. A previsão inicial era embarcar US$ 190 milhões em 2010, com alta de 15,8% sobre 2009, principalmente por conta da recuperação dos mercados latino-americanos e da África. Ainda assim, o desempenho ficará abaixo do recorde de US$ 287 milhões de 2008.
As projeções originais da Randon incluem receita bruta total (sem eliminação de vendas entre controladas) de R$ 4 bilhões em 2010, ante R$ 3,7 bilhões em 2009, mas até maio o valor já alcançou R$ 2,1 bilhões. As importações de matérias-primas e componentes são previstas, até agora, em US$ 70 milhões. Os investimentos devem alcançar R$ 200 milhões em manutenção e modernização das linhas de produção, ante R$ 123 milhões no ano passado.
Hoje a Fras-le, controlada do grupo que produz materiais de fricção, inaugura oficialmente a unidade que opera desde julho de 2009 na cidade chinesa de Pinghu, na província de Zhejiang.
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