Em quase dez anos à frente da presidência da Vale, Roger Agnelli mais que triplicou os investimentos da companhia quando comparados ao período pré-privatização. Entre 2001, quando assumiu o cargo, e 2009, a mineradora investiu US$ 70,4 bilhões. Este ano, prevê aplicar outros US$ 12,9 bilhões, somando US$ 83,3 bilhões. Desde a fundação em 1943 e a privatização, em 1997, foram US$ 26,4 bilhões.
A receita também deu um salto. Entre 2001 e 2009, o faturamento foi de US$ 169 bilhões, ante US$ 77,5 bilhões em 55 anos em que a Vale se manteve estatal. Mas a empresa ainda está bem atrás da Petrobras. No primeiro semestre de 2010, a mineradora faturou R$ 32 bilhões, contra R$ 130 bilhões da petrolífera. Em valor de mercado, estão praticamente empatadas: a Petrobras com R$ 248,7 bilhões e a Vale, R$ 247,1 bilhões, de acordo com a agência Bloomberg.
Agnelli é apontado como o responsável pela internacionalização da Vale, hoje presente em mais de 30 países, e pela diversificação dos negócios. A Vale continua a ser a maior mineradora de minério de ferro do mundo, e hoje atua em segmentos que vão do níquel aos fertilizantes. A ampliação na produção de níquel, com a aquisição da canadense Inco em 2006, foi uma das decisões mais ousadas do executivo. Nesta terça-feira, a empresa deu novo passo na estratégia de internacionalização, com a compra de 51% da empresa de logística SDCN de Moçambique, que vai escoar a produção de carvão do país.
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– Agnelli foi o diferencial na projeção internacional da empresa – diz uma fonte.
Para analistas, ingerências políticas na Vale comprometeriam não apenas o desempenho da empresa, como do comércio exterior brasileiro. Este ano, o setor mineral terá superávit de US$ 18 bilhões segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), cifra superior à previsão de US$ 15 bilhões para o superávit da balança comercial brasileira.
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