Cosan tenta usar modelo ferroviário da mineração

Comandada por um ex-executivo de logística da CSN, a Cosan estuda trazer o modelo de escoamento em ferrovias usado na mineração, conhecido como “heavy roll”, para ser operado por sua unidade Rumo.


A informação é do presidente da Cosan, Marcos Lutz. Com o modelo, a Cosan busca o uso de trens longos, com carga muito pesada em cada vagão, e maior eficiência na carga e na descarga.


Ontem, a companhia inaugurou em Caarapó (MS) mais uma unidade de açúcar e etanol, a primeira do grupo no estado.


A usina, que produzirá 90 milhões de litros de etanol e 185 mil toneladas de açúcar por safra, recebeu aportes de R$ 530 milhões.


Maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, nos últimos anos a Cosan também se transformou em uma empresa de geração de energia e aquisição de terras, entre outros negócios.


Entrou na distribuição de combustíveis com a aquisição da rede de postos da Esso no Brasil e está formando uma joint venture com a Shell envolvendo suas usinas e postos.


É dona de marcas tradicionais no varejo como açúcar União e Da Barra. Em entrevista ao podcast da Rio Bravo Investimentos, Lutz falou sobre seu desenvolvimento.


Muita gente ainda pensa na Cosan como uma empresa de açúcar e álcool, mas ela é hoje um conglomerado com vários negócios. Como as pessoas devem pensar a Cosan daqui para frente?


A Cosan é, claramente, uma empresa que tem sua história no setor sucroalcooleiro, mas que passou por grandes transformações. Acho que ela liderou boa parte dessas transformações. Um conceito que ficou muito claro, depois de listarmos as ações no mercado aberto, foi a carência por uma estabilidade de fluxo de caixa, que possibilita planejamentos de longo prazo e, de alguma forma, crescimento com risco controlado e agressividade. Hoje, além de maior empresa de açúcar e álcool do mundo, temos uma infraestrutura de escoamento de açúcar para exportação. Criamos um negócio de distribuição de combustíveis que entrega também etanol, hoje na bandeira Esso, mas que vai se expandir junto à Shell. Temos também atividades na área agrícola que incluem cana-de-açúcar, mas que se expandem para outras fronteiras como soja, milho e algodão. E, certamente, a posição dominante de açúcar refinado com União, Da Barra e outras marcas menores. Nosso faturamento é de cerca de R$ 1,5 bilhão só em açúcar de varejo. Eu veria a Cosan como um conglomerado muito focado em um setor.


Nos últimos 12 meses, vários grupos internacionais compraram usinas no Brasil. Que avaliação o senhor faz dos preços pagos?


Isso é delicado. Nós fizemos algumas aquisições neste período também. No que mapeamos, nossas aquisições foram a múltiplos bem menores e com empresas que tinham sofisticação e ativos relevantes para nosso negócio. Acho que não cabe a mim criticar nenhum tipo de ação dessas multinacionais. Agora, muitas delas querem entrar no setor e pagam um prêmio por isso. Eu, como já sou já do setor, não tenho motivo para pagar esse prêmio só para levar um ativo específico por orgulho ou por necessidade.


Antes de vir para a Cosan o senhor era o diretor-executivo de logística da CSN. Qual é a importância para a Cosan e para o setor de ter uma operação de logística como a Rumo?


A Rumo oferece ao setor sucroalcooleiro uma plataforma única de escoamento integrado. Estamos tentando trazer um modelo chamado “heavy roll” em escoamento ferroviário, que é o modelo, por exemplo, de minério de ferro, com trens muito longos, pesos muito grandes por vagão e uma eficiência na carga e descarga muito grande. A ideia do projeto Rumo é de ter trens com cerca de 100 vagões, 90 toneladas por vagão. No sistema ferroviário atual, serão quatro trens por dia descendo de Tirapina (SP) para Santos (SP); e quatro trens por dia subindo de Santos para Tirapina. O trem desce com açúcar e volta vazio. Eventualmente, podemos achar uma carga de retorno. A Rumo transportará o equivalente a 2 mil caminhões por dia passando por São Paulo – mil carregados e mil vazios voltando.


Sobre a distribuição, os postos de bandeira branca estão pouco a pouco desaparecendo. Mas as margens do negócio são baixas. Isso vai mudar com o tempo? O que a joint venture com a Shell significará em ganho de margem?


Trabalhamos com margem de aproximadamente 3% de Ebitda, o que é considerado baixo para a maioria dos segmentos, mas para nós é bastante razoável. É um setor de escala, e escala é muito significativo. A joint venture vai permitir triplicar o volume atual da Esso e isso certamente trará escala. É difícil prever qual seria a margem final, até porque não sei como estará o mercado daqui a dois ou três anos, mas não vamos falar de margem de 5% ou mais. A margem sempre vai estar entre 3% e 5%, porque isso realmente não é absorvível num setor como o de combustíveis.


Quais são os planos da Cosan Alimentos para o futuro?


Não temos nenhum plano absolutamente definido. O nosso plano é tentar achar outros portfólios de produtos, por meio de aquisição ou de criação de negócio que capturem sinergias com a marca, com o sistema de distribuição e com a capilaridade de vendas.


Quais os planos para a Radar, empresa de propriedades agrícolas do grupo?


A Cosan detém só 18% da Radar. Os outros 82% são detidos por um fundo de investimento de longo prazo que tem como objetivo investir em terra. A Cosan tem o direito de comprar 20% adicionais no futuro e recompor sua participação apenas corrigindo o preço de aquisição da terra por IPCA. Eu achei uma maneira de explorar o benefício da terra, e a Radar já tem quase R$ 1 bilhão em terras em seu portfólio. Mas definitivamente achamos que o investidor de Cosan não busca investir em terra diretamente, e sim investir na produção sobre a terra.

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Fonte: Brasil Econômico

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