Valec confirma Norte-Sul para dezembro

O presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, que há vários anos está à frente da construção da ferrovia Norte-Sul, disse a hoje que as obras estão em ritmo acelerado e que o presidente Lula irá inaugurar em dezembro próximo o trecho ligando o porto de Itaqui, no Maranhão, à cidade de Anápolis, em Goiás. Pelo menos uma vez por mês Juquinha vai a cada um dos 9 trechos em obras. Geralmente essas visitas são feitas com o uso de helicóptero. O presidente da Valec mantém o cronograma das obras sob rígido controle e faz freqüentes cobranças aos empreiteiros.


A Ferrovia Norte-Sul, conforme tem ressaltado o presidente da Valec, “vai se constituir na “espinha dorsal” do desenvolvimento sustentável do Brasil”. Ela foi projetada para promover a integração nacional, minimizando custos de transporte de longa distância e interligando as regiões Norte e Nordeste às regiões Sul e Sudeste. Sem estar ainda concluída, os reflexos positivos de sua implantação, sobretudo na sua área de influência, já começam a surgir. A articulação de diferentes ramos de negócios e inúmeros projetos no campo da bioenergia, mineração e agropecuária está contribuindo para o aumento da renda interna, a geração de milhares de empregos e uma melhor distribuição da renda nacional. Assim, a estratégia do projeto prevê nos Estados de Goiás e do Tocantins a implantação de 42 plantas industriais de etanol e a construção de 20 usinas de biodiesel, para consolidar o desenvolvimento do corredor centro-oeste, impulsionar a produção na área do cerrado e promover cerca de 270 mil empregos diretos e indiretos nas comunidades do interior do país.


Também, no caso específico das indústrias instaladas no Pólo Industrial de Manaus, tais reflexos já começaram aparecer.  É o caso, por exemplo, de algumas empresas que operam em Manaus, que já estão em negociação com o governo do Tocantins visando à produção de alguns itens da sua indústria junto ao pátio multimodal de Palmas/Porto Nacional, bem como a comercialização de produtos a partir desse novo centro.


Como a FNS vai se constituir num novo eixo de transporte e distribuição de riquezas, após alguns ajustes que precisam ser feitos no Porto de Itaqui para receber as barcas de cabotagem saídas do porto de Manaus, grande parte da mercadoria que hoje é transportada por caminhões pela BR 153 vai ser deslocada para os trens de carga da FNS, a custos mais reduzidos para os fabricantes, e com economia para o País, uma vez que o modal rodoviário terá menos desgastes.


Um marco histórico


No momento em que a Ferrovia Norte-Sul estiver concluída  em toda a sua extensão do trecho original do projeto, interligando a Ferrovia dos Carajás, em Açailândia e, por conseguinte, o Porto de Itaqui, no Maranhão a Anápolis, em Goiás, a economia brasileira e o Brasil como um todo estarão inaugurando uma nova pagina na sua história. Isso porque a comercialização de bens diversos produzidos no sul ou no norte, no leste ou no oeste, começará a ser feita com muito mais intensidade e com grandes vantagens para os habitantes de todas as regiões do Brasil. Os especialistas garantem que só com a operacionalização do Pátio Multimodal de Palmas/Porto Nacional essa já seria uma alternativa viável para o País. O pátio multimodal de Palmas/Porto Nacional será um pátio de triagem, operando com carga geral, combustível, biocombustível e grãos , devendo se constituir, no futuro, num centro de distribuição de produtos da FNS no Tocantins. Já está em estudo a possibilidade de uso desse pátio para o armazenamento de produtos industrializados em Manaus, controlando seus estoques, conforme a demanda do mercado. Neste caso, os terminais de carga estariam sendo usados para Containers, com “Pulmões” de mercadoria da Zona Franca de Manaus, e os caminhões que vem do Sul combinariam carga com esse pátio.


Para o percurso de cerca de 2.087 km entre Itaqui e Anápolis, a estimativa é que o transporte ferroviário seja feito em cerca de 70 horas, dependendo do tempo de operação do trem e do tipo de carga a ser transportado. Para o trecho Itaqui (MA) – Estrela d´Oeste (SP) , com cerca de 2.710 km, a estimativa é de 90 a 92 horas.


Evolução


O traçado inicial da Ferrovia Norte-Sul previa a construção de 1574 quilômetros de trilhos, cortando os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Com a Lei nº 11.297, de 09 de maio de 2006, que incorporou o trecho Açailândia-Belém ao traçado inicialmente projetado, e com a Lei ? 11.772, de 17 de setembro de 2008, que estendeu o traçado até a cidade paulista de Panorama, a Ferrovia Norte-Sul, de Belém (PA) a Panorama (SP), terá, quando concluída, 2.760 quilômetros de extensão.


A integração ferroviária das regiões brasileiras será o grande agente uniformizador do crescimento auto-sustentável do país, na medida em que possibilitará a ocupação econômica e social do cerrado brasileiro – com uma área de aproximadamente 1,8 milhão de km2, correspondendo a 21,84 da área territorial do país, onde vivem 15,51 da população brasileira  – ao oferecer uma logística adequada à concretização do potencial de desenvolvimento dessa região, fortalecendo a infra-estrutura de transporte necessária ao  escoamento da sua produção agropecuária e agro-industrial.


Inúmeros benefícios sociais estão surgindo com a Ferrovia Norte-Sul. A articulação de diferentes ramos de negócios proporcionada por sua implantação está contribuindo para o aumento da renda interna e para o aproveitamento e melhor distribuição da riqueza nacional. A geração de divisas e a abertura de novas frentes de trabalho vão permitir a diminuição de desequilíbrios econômicos entre regiões e pessoas, resultando na melhoria significativa da qualidade de vida da população da região.


A visão estratégica sobre o sistema ferroviário brasileiro adotada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva possibilitará ao Brasil reparar uma das mais expressivas falhas no seu Plano Nacional de Logística de Transportes, oferecendo condições efetivas para a garantia do crescimento sustentável do país, amparado por uma estrutura sólida, abrangente, integrada e, também, mais econômica.


Em obras


– Entre Guaraí e Palmas, cujo trecho é de 148 km, as obras estão na sua fase final. A conclusão desse trecho está prevista para agosto de 2010.


– Do Pátio Multimodal de Palmas, onde as obras já estão também bastante adiantadas, inclusive com a instalação de mais de uma dezena de grandes empresas, até o Córrego Jaboti, a 100 km ao sul do pátio, mais de 70 das obras á haviam sido realizadas até junho. A previsão de conclusão é outubro.


– Do Córrego Jaboti ao Córrego do Chicote, a 65 km ao sul do Pátio de Gurupi, são mais 211 km de estrada em andamento, com conclusão prevista para dezembro de 2010.


– Do Córrego Chicote ao Rio Canabrava, já em Goiás, são mais 65,8 km em construção, com  previsão de entrega para outubro de 2010.


– Do Rio Canabrava à GO 244, em Porangatu, Goiás, são 51,5 km, com o trecho já contando com mais de 80 das obras realizadas, com término previsto para setembro de 2010.


– Da GO 244 à GO 239, em Mara Rosa, o trecho de 75,8 km foi iniciado em dezembro de 2009 e será concluído em outubro de 2010.


– De Mara Rosa ao Pátio de Uruaçu, as obras foram iniciadas em junho de 2009 e serão finalizadas em outubro de 2010, num trecho de 71 km.


– Do Pátio de Uruaçu ao Pátio de Santa Isabel, o trecho de 105 km já conta com cerca de quase 50 das obras realizadas, com previsão de conclusão para outubro de 2010.


– De Santa Isabel até o Pátio de Jaraguá são mais 71 km, cujo trecho já conta com 55,5 das obras realizadas, devendo estar concluído também em outubro de 2010.


– Do Pátio de Jaraguá a Ouro Verde são mais 53 km, cujas obras foram iniciadas em dezembro de 2009 e serão concluídas em outubro de 2010.


– De Ouro Verde a Anápolis, o trecho de

Fonte: Revista Hoje

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