Depois da fracassada proposta pela empresa brasileira de cobre Paranapanema, a Vale esta avaliando construir uma refinaria de cobre no Pará com capacidade para processar 450 mil toneladas do minério. O investimento, segundo o presidente da empresa, Roger Agnelli, pode chegar a US$ 1,2 bilhão e faz parte da estratégia da companhia de se tornar uma das cinco maiores produtoras de cobre no mundo em 2015.
Em julho, a Vale fez uma oferta pela Paranapanema, empresa sediada na Bahia, que poderia chegar a R$ 2 bilhões. No entanto, os acionistas da companhia rejeitaram a proposta em setembro. Segundo Agnelli, o fracasso da negociação é passado.
– A Paranapanema não era uma prioridade. Era uma questão de oportunidade. Eles queriam vender e a gente tentou comprar. Não deu, que bom – disse nesta quinta-feira, Agnelli no evento de inauguração de seu primeiro projeto de cobre na Zâmbia, na cidade Chililabombwe.
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– Mas a gente tem vontade de construir um smelter (refinaria) de cobre no Pará. Vai sair mais barato que comprar a Paranapanema.
A refinaria, cujo prazo de construção ainda não está definido, terá por objetivo atender o mercado brasileiro. Hoje, a Vale produz cobre apenas na mina de Sossego (PA) e obtém o minério como um subproduto do níquel produzido na mina de Sudbury, no Canadá. Uma produção pequena, que correspondeu a 2,2% da receita operacional da companhia no segundo trimestre.
Ate 2013, mais três projetos da companhia iniciarão a produção: Salobo (PA), Três Valles (Chile) e Konkola North (Zambia), elevando a produção de cobre da Vale para cerca de 1 milhão de toneladas por ano de cobre por volta de 2015, quando os três projetos estarão operando em plena capacidade.
-Certamente seremos uma das maiores produtoras de cobre, a quarta ou quinta – disse Agnelli.
O projeto Konkola North fica no norte da Zâmbia, no chamado Cinturao do Cobre, região que reúne dez cidades com ricas reservas do minério. A produção inicial sera de 45 mil toneladas por ano de cobre contido. A Vale tem 50% do projeto, ao lado da parceira sul-africana African Rainbow Minerals. O investimento e de US$ 400 milhões.
Para escoar a produção, a Vale esta reformando uma antiga ferrovia que liga o Cinturão do Cobre ao porto de Nacala, em Mocambique. O investimento na infraestrutura logística sera de no mínimo US$ 1 bilhão, de acordo com Agnelli. Alem de capital próprio, a empresa avalia pedir financiamento ao Banco Mundial e ao BNDES;
– Já conversamos com o BNDES e ha disposição de investor – disse Agnelli.
A ferrovia, que deve entrar em operação em 2014, criara uma rota alternativa para o escoamento de produção de minérios na Zâmbia, hoje feito por caminhoes. Segundo Agnelli, a maior parte da linha férrea sofrera apenas alguns ajustes, pois o traçado já esta feito. Sera preciso construir apenas um trecho de 300 km que corta o Malaui. Uma missão de técnicos da Vale visitara o pais na próxima semana para discutir o projeto.
Com a ferrovia, a Vale também transportara o carvão que sera produzido a partir do ano que vem em Moatize, em Mocambique. A empresa espera ainda transportar fosfato – um dos insumos para a industria de fertilizantes – de sua mina em Moçambique para a Africa Central.
Alem da Zâmbia e de Moçambique, a Vale esta presente em mais sete países africanos: Angola, Libéria, Guine, Africa do Sul, Republica Democrática do Congo e Gabão.
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