Uma segunda ordem de compra de malha ferroviária já está em gestação na Valec e, ainda neste ano, a empresa vai adquirir mais 1.040 km de trilhos. São cerca de 140 toneladas de aço, com preço estimado em mais R$ 400 milhões. A estrada de ferro, segundo o presidente da estatal, José Francisco das Neves, será usada para iniciar as obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), também conhecida como a “ferrovia da soja”.
A Fico começa em Campinorte (GO), onde se integra à Ferrovia Norte-Sul e parte rumo a Mato Grosso, até chegar a Lucas do Rio Verde. A preparação do traçado, segundo Neves, deve começar até abril. Para este trecho, o investimento previsto é de R$ 4,1 bilhões, recurso incluído nas contas do PAC. Uma segunda fase da obra seguirá de Lucas do Rio Verde até Vilhena (RO). São mais 598 km de estrada, que exigirão R$ 2,3 bilhões de investimento. No pico das obras, estima-se que a obra deverá envolver 20 mil trabalhadores.
A Fico aguarda a emissão de licença prévia, documento que será emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). A empresa de desenvolvimento de projetos Enefer já está instalada na cidade de Água Boa (MT). A ferrovia é parte de um projeto mais ambicioso do governo, batizado de Ferrovia Transcontinental (EF-354). A ideia é montar uma estrutura de 4,4 mil km de extensão, cortando o país de leste a oeste, numa trilha que seguirá pelo Distrito Federal e Minas, até chegar ao litoral fluminense. Na outra ponta, a Transcontinental chegará até o Acre, atingindo a fronteira com o Peru.
Enquanto importa trilhos para alimentar a expansão da malha ferroviária, o país bate recordes de exportação de minério de ferro – US$ 28,9 bilhões em 2010, 117,4% a mais que em 2009. A Vale elevou o preço do minério em mais de 100% no ano passado. Mantida a tendência do mercado, projeta-se que as exportações cheguem a R$ 38 bilhões neste ano.
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