A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), realizou, nessa sexta-feira, 25/03, o 20º Fórum Abag. O tema central, discutido em um café da manhã, em São Paulo, foi a competitividade no sistema ferroviário brasileiro.
O diretor da Agência Nacional dos Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo, foi um dos participantes do fórum. Ele enfatizou que é necessário haver um consenso do que precisa ser feito em termos de infraestrutura no país, independente da situação econômica. Segundo ele, a criação de um ambiente competitivo irá favorecer o agronegócio, que sofre com problemas como o excesso de tarifa das concessionárias e a falta de repasse aos usuários.
Figueiredo também falou sobre as três novas resoluções para transporte ferroviário de cargas, que estão disponíveis para consulta pública no site da ANTT e que devem entrar em vigor a partir do dia 5 de maio. A primeira resolução visa regulamentar a defesa dos usuários de transporte ferroviário de cargas; a segunda define os direitos de passagem em ferrovias (para que os trens possam trafegar sobre qualquer malha ferroviária, independente da concessionária, mediante o pagamento de uma taxa); e a última prevê metas de produção para o setor, de forma a estimular a reativação de linhas ociosas. “As resoluções tiram as operadoras da zona de conforto, pois é sempre melhor você estar sozinho no mercado do que disputar esse mercado com alguém. Estamos abertos a debater, mas desse princípio não abrimos mão”, afirmou.
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Falando na mesma ocasião, o presidente da ANUT (Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga), Luis Henrique Baldez, disse que “de todos os ganhos de volume, produtividade, aperfeiçoamento tecnológico e outros anunciados pela McKinsey, num estudo encomendado pela ANTF, nada passou para os usuários. Ou seja, não houve nenhuma transferência de ganhos de produtividade e de eficiência para os clientes e consumidores”.
O café da manhã também foi palco de manifestações de preocupação dos produtores e exportadores de soja sobre a falta de uma logística. Luiz Antonio Fayet, consultor da Confederação Nacional de Agricultura, exibiu os números bastante conhecidos, mostrando que, devido ao custo do frete interno e da operação de embarque no porto, o produto brasileiro perde no caminho 84 dólares por tonelada, contra 23 na Argentina e 21 nos Estados Unidos.
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