Para atender à crescente demanda, a MRS Logística montou um portfólio agressivo e diversificado de investimentos que inclui, além da aquisição de novas locomotivas e vagões, a ampliação e construção de pátios e terminais, duplicação de linhas, aumento da confiabilidade de ativos, construção de nova oficina e mudança no modelo de operação dos trens.
Mas o presidente da companhia, Eduardo Parente, se absteve de divulgar o total de recursos a serem aplicados neste e nos próximos anos nos projetos. Informou apenas que, recentemente, a MRS assinou contrato superior a R$ 600 milhões com a GE Transportes Ferroviários S.A. (GETF) para aquisição de 115 locomotivas fabricadas na planta de Contagem (MG).
“Trata-se de um dos maiores contratos da indústria ferroviária mundial e a maior aquisição de locomotivas feita pela MRS de uma só vez”, disse ele. A entrega dessas máquinas está programada para o período de 2011 a 2015. Este ano, a MRS, que controla, opera e monitora a malha sudeste da Rede Ferroviária Federal, receberá 90 unidades, 30 delas contratadas anteriormente e 60 do novo contrato. As 55 locomotivas restantes serão entregues de 2012 a 2015.
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Parente explica que parte do investimento será financiada com operações junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “No mesmo contrato, além da aquisição das 115 locomotivas, a MRS também fez a opção de compra de mais 100 máquinas adicionais para o mesmo período”, acrescenta.
Quanto a obras de expansão, Parente confirmou que neste ano serão iniciadas as do projeto de segregação das linhas ferroviárias de passageiros e cargas, num trecho de 12 quilômetros entre Manoel Feio (Itaquaquecetuba) e Suzano (região metropolitana de São Paulo). “O objetivo é minimizar os gargalos logísticos no Estado”, diz.
Desenvolvida em conjunto com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), a iniciativa é parte da solução integrada de transposição de São Paulo (Ferroanel) e consiste na construção de uma nova linha férrea, exclusiva para o transporte de cargas da MRS, paralela às existentes, dentro do limite da faixa ferroviária.
Além da eliminação de gargalos, outro benefício apontado é a retirada de cerca de 2 mil caminhões da região metropolitana da capital e centenas de outros por dia nas rodovias que descem em direção a Santos. A licença ambiental e de instalação das obras do projeto de segregação já foi obtida do Ibama em fevereiro. Inicialmente, o começo das obras, que devem durar entre 15 e 18 meses, estava prevista para este mês, mas Parente não confirmou.
O projeto, que está interligado a outro da empresa, de descida de trens na Serra do Mar, entre São Paulo e Santos (conhecido como Cremalheira), terá investimento superior a R$ 100 milhões. Meses antes, a MRS já havia anunciado investimento de R$ 130 milhões em aquisição de sete novas locomotivas para o projeto da Cremalheira com o objetivo de aumentar a capacidade de movimentação de 8 milhões de toneladas por ano para 24 milhões de toneladas por ano em cada sentido, podendo chegar a 56 milhões numa segunda fase.
“A iniciativa integra um conjunto de investimentos para enfrentar o aumento do volume, além de ampliar a confiabilidade do transporte e a acessibilidade ao porto de Santos nos próximos anos”, disse Parente. As máquinas estão sendo fabricadas na Suíça pela Stadler Rail, em parceria com a MRS.
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