O deputado federal, Carlos Zarattini (PT/SP), relator da MP (Medida Provisória), que autorizou o BNDES a financiar até R$ 20 bi dos R$ 33 bilhões necessários para implantação do TAV (Trem de Alta Velocidade) ligando Campinas/São Paulo e Rio de Janeiro, diz que o trem-bala é a única solução para os congestionamentos de estradas e aeroportos brasileiros. Para ele, apesar de a MP, aprovada na semana passada, ter definido que a sede da ETAV ficará em Brasília, sendo que Campinas e Rio de Janeiro terão escritórios da empresa, o deputado avalia, que no final, a sede da ETAV ficará na cidade campineira.
O TAV vai sair?
O TAV vai sair sim, porque esta é uma necessidade que temos. Nossas estradas estão com congestionamentos. Os aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas estão congestionados e muito próximos do limite. Não há outra saída a não ser o TAV. No Brasil, morrem por ano 50 mil pessoas em acidentes de trânsito. Então, nós precisamos apostar em uma coisa moderna, segura e boa para o nosso povo.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
E os adiamentos do leilão?
É uma obra cara, complexa e, portanto, terá a participação de empresas privadas. Temos de ter um pouco de calma e não ficar frustrados. Vai dar certo. (O leilão que deveria ter sido em abril foi adiado para julho).
Tem perigo de o projeto sair e do trem ficar às moscas?
É evidente que tem passageiro. Então, a iniciativa privada, que vai operar o trem, vai estabelecer uma tarifa condizente com o bolso das pessoas. Todos vão fazer de um jeito para ter o maior número de passageiros. Vai ganhar a licitação a empresa que oferecer o menor preço. O valor do edital é o teto.
Sobre a ETAV, essa história de dividir a sede entre Rio de Janeiro e Campinas?
Eu não tenho dúvida que a sede efetivamente será Campinas. Primeiro, porque aqui é um polo tecnológico. Além disso, em torno de Campinas, estão se instalando diversas indústrias ferroviárias e são elas que vão participar desse projeto. Então, evidentemente, os fatos vão levar a que o principal escritório seja aqui. Com isso, vamos garantir o apoio tecnológico e industrial para o projeto ir para frente.
Qual o papel e a importância da ETAV?
No Brasil, nós não temos essa tecnologia para trens de alta velocidade. A ETAV vai absorver a tecnologia do TAV e vai transferi-la para a indústria nacional. Assim, vamos aplicar em outras regiões do país que também precisam dessa medida.
Como o senhor analisa o posicionamento de algumas pessoas em relação à construção do TAV?
Quando Juscelino (Kubitschek, ex-presidente do Brasil) resolveu construir Brasília, todo mundo falou que ia ser muito caro. Mas essa foi a forma do Brasil andar e crescer para o interior. Estamos vivendo um desafio novo e temos que pensar como a coisa vai avançar. Não adianta apostar em mais ônibus, mais automóveis, mais estradas. O mundo está caminhando em outra direção. Estamos caminhando para um transporte limpo e seguro. É planejamento.
Seja o primeiro a comentar