Alstom não consegue atrair construtoras para o TAV

A dois meses da data marcada para o leilão do trem-bala, o quebra-cabeça financeiro que envolve o projeto e o alto preço exigido para entrar na disputa da obra mais cara do governo federal têm aplacado o interesse das empreiteiras brasileiras pelo negócio bilionário. Como as demais companhias mais interessadas em disputar a construção do trem de alta velocidade (TAV), a francesa Alstom tem enfrentado dificuldades para convencer grandes construtoras a encarar um projeto que, para ela mesma, ainda tem inconsistências.


Em entrevista ao Valor, o presidente da Alstom no Brasil, Philippe Delleur, afirmou que a companhia ainda não fechou acordo com empreiteiras locais, embora mantenha conversas com companhias do setor. Os empresários da construção civil não estão convencidos de que vale a pena bancar o projeto. “As construtoras têm o conhecimento do que é necessário para realizar um projeto dessa magnitude, mas querem aplicar em algo que dê retorno”, diz Delleur.


Orçado em R$ 33 bilhões pelo governo, o trem-bala que ligará Rio, São Paulo e Campinas tem R$ 20 bilhões financiados pelo BNDES. Outros R$ 3,4 bilhões serão injetados pela estatal Etav para bancar desapropriação de imóveis e estudos. O consórcio vencedor, no entanto, teria que entrar com capital próprio de algo entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões para bancar as operações nos primeiros anos de obra. É aqui que está o problema. “A percepção dos investidores é de que está muito difícil reunir um valor tão alto com o setor privado. Está complicado encontrar as pontes necessárias para fechar esse financiamento”, comenta Delleur.


Como o governo já sinalizou que não está disposto a mexer na linha de financiamento afiançada pelo BNDES, os empresários têm pesquisado linhas de crédito com outros bancos nacionais e internacionais. Mas antes da resolver a equação monetária, querem garantia de viabilidade.


As empreiteiras são responsáveis por praticamente 85% das obras do projeto. Apenas 15% está atrelado a questões tecnológicas. Segundo Delleur, a Alstom está disposta a entrar no projeto como sócia de um consórcio, mas considera a possibilidade de só fornecer equipamentos.


Além das divergências sobre o custo total da obra – o mercado calcula que o TAV custará mais de R$ 50 bilhões -, Philippe Delleur critica pontos específicos da proposta, como os locais que serão instaladas as estações do trem. A questão é crucial porque mexe com a competitividade do veículo em relação a outros meios de transporte. “É preciso saber de que forma as pessoas chegarão às estações, qual será a condição do trânsito. Isso ainda não foi resolvido”, comenta.


A Alstom também critica a possibilidade de o governo flexibilizar o volume de importação de componentes do trem, demanda feita por outras companhias interessadas no projeto, sob alegação de que isso reduziria o preço da obra. “Está errado, pois se equipamentos são cerca 15% do preço total da obra, a realidade é que o grau de importação pouca muda a situação. Além disso, vai contra o próprio plano do governo, porque limita a produção nacional”, diz Delleur.


Depois de ser adiado pela segunda vez, o leilão do TAV está marcado para 11 de julho, data de entrega de propostas, com abertura dos envelopes no dia 29 do mesmo mês. Conforme o Valor informou na semana passada, as cinco maiores construtoras do país – Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão – têm analisado a possibilidade de formar um único consórcio para disputar o trem-bala. As empresas não comentam o assunto.

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