Pecém prepara-se para maior demanda

O porto do Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, a 56 quilômetros de Fortaleza (CE), está recebendo cerca de R$ 2 bilhões em investimentos nos próximos seis anos para sua modernização e expansão. O objetivo é atender à demanda prevista por conta dos empreendimentos industriais que estão se instalando na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), como a refinaria Premium II da Petrobras e a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).


“Os recursos estão sendo alocados em obras de infraestrutura, ampliação e compra de equipamentos para atendermos à futura demanda por movimentação de cargas e especialmente a esses projetos estruturantes, como a refinaria e a siderúrgica, em fase instalação”, disse o diretor de implantação e expansão da Companhia de Integração Portuária do Ceará (CearáPortos), Luiz Hernani de Carvalho Júnior.


A refinaria deve começar a operar em 2017, e a siderúrgica, em 2014. Ambas já encontrarão um porto modernizado e ampliado. Segundo o diretor da CearáPortos, os investimentos na expansão de Pecém têm apoio do BNDES. O porto do Pecém opera há menos de uma década, mas já se coloca como um dos principais do país, liderando exportações de frutas, pescados e calçados.


Com a chegada do ramal da ferrovia Transnordestina, prevista para 2013, trazendo a produção do cerrado, “aumentarão ainda mais as vantagens logísticas de Pecém, que fica a sete dias da Europa e a seis da costa leste dos EUA”, lembra Carvalho.


Dados da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) mostram que o transporte de cargas no Estado poderá dobrar com a ferrovia, em 2014, reforçando a necessidade de investimentos em melhores serviços e condições portuárias. Carvalho Júnior destacou que Pecém se prepara, em especial, para lidar com derivados de petróleo, em função da refinaria, e com produtos siderúrgicos, devido à CSP, focada na exportação, cargas que vão demandar uma operação que atualmente não é comum ali.


Boa parte do plano de expansão tem obras quase prontas e sendo concluídas este ano. Uma delas é a do Terminal de Múltiplo Uso (TMUT), que vai ampliar em cinco vezes a atual capacidade de movimentação de contêineres. De acordo com a CearáPortos, em 2010, o porto de Pecém movimentou 3,15 milhões de toneladas de mercadorias. Em contêineres, foram 167,2 mil TEU’s (contêiner de vinte pés). No ano passado, foram exportados cerca de 489 mil toneladas de produtos, gerando US$ 1,15 bilhão.


De janeiro a abril de 2011, a movimentação de contêineres pelo porto do Pecém subiu 37% em comparação aos primeiros quatro meses do ano passado, com 44% de alta nas importações e 30% nas exportações. A cabotagem – transporte entre portos brasileiros – teve aumento de 20% em comparação ao mesmo período de 2010.


Na expansão do Terminal Multiuso estão sendo feitas várias intervenções, como o prolongamento de mil metros no quebra-mar existente, que passará a ter 2.270 metros, e a construção de 760 metros de píer com dois berços de atracação contínuos. Também está sendo implantada uma linha de guindastes para descarregamento e carregamento de contêineres e construída uma retroárea para servir de pátio de estocagem. Na lista, ainda figuram a instalação de mais 480 tomadas para contêineres refrigerados e a ampliação em 342 metros da ponte que dá acesso ao terminal, com pista dupla.


A montagem de uma correia transportadora para carvão, com extensão de nove quilômetros, é outra obra prevista para ser entregue em 2011, além de um descarregador contínuo para granéis. A correia, de 5,5 quilômetros de extensão, ligará o porto à área de transferência e poderá atender à Companhia Siderúrgica do Pecém. Esse sistema de transporte vai levar o carvão mineral do berço de atracação até o pátio de recebimento da siderúrgica e terá condições de conduzir 2,4 mil de toneladas por hora.


“Está previsto para este primeiro semestre licitação para a segunda fase de ampliação do terminal e outras ampliações, que acontecerão até 2017”, comenta Carvalho Júnior. Nesta fase, serão construídos uma nova ponte de acesso, com 1.520 metros, dois novos berços de atracação, com 600 metros de comprimento no total e 69 mil m2 de retroárea, além do alargamento e pavimentação de trecho do quebra-mar.


O porto, disse Carvalho Júnior, está se tornando um vetor para a chegada de empresas voltadas ao comércio exterior, com a criação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE).
Ele também já vislumbra a possibilidade de, com a refinaria, atrair indústrias do ramo petroquímico, assim como a siderúrgica deve levar a um adensamento da cadeia produtiva do setor metal-mecânico. “Podemos ter um polo industrial pleno na região”, disse.


Cerca de vinte empresas já operam no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, entre elas a Votorantim, que tem uma fábrica de cimento na área, a Tortuga, produtora de ração, a Apodi, também produtora de cimento, a Wobben, fabricante de aerogeradores e componentes, usinas termelétricas, empresas de pré-moldados, vários prestadores de serviços operacionais do porto e uma unidade flexível de regaiseficação da Petrobras.


Para Carvalho Júnior, Pecém cresce por conta de sua excelente localização geográfica, além de baixos custos operacionais e funcionamento 24 horas por dia, o ano todo. Na opinião do diretor da TGI consultoria em gestão Francisco Cunha, o complexo do Pecém “bebe” na fonte do complexo industrial e portuário de Suape, já maduro há mais tempo, ao seguir o modelo de implantação de investimentos estruturantes capazes de atrair outros integrantes da cadeia produtiva. “A refinaria e a siderúrgica podem puxar novos negócios”, salientou.

Borrowers who would look cash advance payday loans their short terms. payday loans

It is why would payday cash advance loan want more simultaneous loans. payday loans

Payday lenders so why payday loans online look at.

Bad lenders will be payday loans online credit bureau.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*