As indústrias ferroviárias instaladas em Hortolândia estão de casa cheia. Mas os efeitos das vendas de 2011 só deverão se refletir na arrecadação do município a partir de 2013, diz Geraldo Estevo Pinto, diretor da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços da cidade. Segundo ele, é o tempo necessário para que o ICMS arrecadado passe pelo balanço do governo estadual e retorne ao município.
Assim que o dinheiro começar a entrar, porém, a expectativa é de que as empresas do setor galguem rapidamente postos no ranking de maiores contribuintes da cidade. Na avaliação prefeitura, ao menos uma das três maiores (Amstedmaxion, CAF e Bombardier) deverá figurar na lista das seis principais pagadoras de impostos de Hortolândia.
Hoje, a lista de grandes contribuintes da cidades é composta por companhias de tecnologia, como IBM e Dell; farmacêuticas, como a EMS, e eletrodomésticos, caso da Mabe. Além delas, Lanmar (peças para aviões), Magneti Marelli e GKN (autopeças), Arcelo Mital (siderúrgica) e Wickbold (alimentos), Cosinox (portas para geladeiras) e Dow Corning (química).
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Efeito limitado
O efeito da indústria ferroviária sobre a receita total do município será expressivo. Mas, segundo Pinto, é difícil precisar em quanto.
De qualquer forma, não será um valor fundamental para mudar a cara da cidade, que já passa por um período de rápida transformação. Entre 2005 e 2010, o número de empresas instaladas em Hortolândia subiu de cerca de 230 para 400. E a arrecadação cresceu de R$ 230,8 milhões para R$ 401 milhões, sem ajuda significativa da indústria ferroviária — a conta leva em consideração apenas as receitas do próprio município, que recebe ainda repasses do governo federal para fechar o orçamento.
No mesmo período, o Produto Interno Bruto da cidade, soma das riquezas produzidas ao longo de um ano, saltou de R$ 1,7 bilhão para R$ 5,8 bilhões, segundo informações da prefeitura.
A atração de empresas e a redução do desemprego tiveram efeito direto sobre o número de habitantes. Hortolândia é hoje um dos municípios médios que mais cresce no país, em número de habitantes. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram, em média, 26% ao ano, que elevaram o número de cerca de 150 mil para 200 mil, na última década.
A migração, principalmente de cidades do interior de São Paulo e Norte do paraná, só não teve efeito dramático sobre os preços de imóveis porque Hortolândia está localizada na região metropolitana de Campinas. Muitos preferem morar em centros maiores, com mais opções de lazer. E quem tem a oportunidade pode fugir da especulação imobiliária morando em municípios no entorno.
Hoje, segundo a prefeitura, 55% da população é de classe C. Geralmente, famílias de operários. Mas o perfil está mudando, como indicam condomínios de alto padrão em construção, como o Green Park Hortolândia, da GSP, e de médio padrão, caso do Villa Flora, da Rossi.
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