Os 380 operários que trabalham na construção de um trecho da ferrovia Transnordestina, em Missão Velha (507 km de Fortaleza), suspenderam a greve iniciada no dia 5 de dezembro.
Segundo o sindicato da categoria, a suspensão é temporária e deve durar até sexta-feira (16), quando acontece uma nova rodada de negociações com a Odebrecht, empreiteira responsável pelo trecho.
De acordo Sintepav-CE (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral), caso a Odebrecht não atenda as exigências a paralisação será retomada e até expandida para outros lotes da ferrovia, no Piauí e em Pernambuco.
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Entre as reivindicações dos operários estão o reajuste de 100% no percentual de horas extras, aumento do valor da cesta básica de R$ 80 para R$ 150 e ampliação do plano de saúde para parentes.
Os trabalhadores também exigem reajuste de 2% sobre o salário, ajuda de custo de R$ 200 para os trabalhadores em alojamentos e a contagem de horas “in itinere” (tempo gasto com deslocamento até o local da obra), entre outros itens.
Os funcionários também exigem reajuste de 2% sobre o salário, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) equivalente a dois meses de trabalho ou 440 horas, ajuda de custo de R$ 200 para quem fica nos alojamentos, folga no dia do pagamento e a contagem de horas “in itinere” (tempo gasto com deslocamento até o local da obra).
O pedido de liberação no dia de pagamento ocorre porque o local onde estão sendo realizadas as obras é isolado e os trabalhadores não têm como ir às agências bancárias para sacar o dinheiro.
Segundo o Sintepav, que exige a instalação de relógios de ponto nos ônibus que transportam os operários, a contagem das horas nos deslocamentos é o principal ponto de atrito entre os operários e a empreiteira.
Ainda de acordo com o sindicato, o novo cálculo poderia garantir até três horas a mais de pagamento de jornada para os trabalhadores.
Uma das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a Transnordestina pretende ligar os portos de Suape (PE) a Pecém (CE). A ferrovia terá 1.728 km de extensão.
Na semana passada, a Odebrecht Infraestrutura afirmou que os 380 operários que haviam entrado em greve representavam apenas 3% dos 9.000 trabalhadores diretos da obra. A empreiteira também afirmou que “cumpre rigorosamente as leis trabalhistas”.
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