Rio terá ferrovia para conectar terminais

Novos projetos de mineração, petróleo e carga geral devem levar o Rio a atingir a liderança no ranking dos portos mais movimentados do Brasil. Mas, para que estes terminais não fiquem sem acesso terrestre, o governo do estado, em parceria com a União e diversas empresas, vai construir uma nova ferrovia ligando os principais terminais do estado, a primeira a ser construída no Rio em décadas. O anúncio oficial, de R$ 1,650 bilhão, será feito no início deste ano.


— O Rio caminha para se consolidar como o maior complexo portuário do Brasil. Vamos, para facilitar este modal, criar um novo ramal de trens, que, junto com a recuperação de algumas linhas, vai unir os portos do Açu e Barra do Furado, no Norte do estado, o Comperj, Porto do Rio e terminais de Itaguaí — afirmou Júlio Lopes, secretário estadual de Transportes.


Ele afirmou que toda a modelagem está sendo tocada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A responsável pela obra será a estatal federal Valec e o financiamento terá apoio de empresas como Petrobras, EBX, Vale, FCA e MRS.


— O Comperj será uma realidade e a Petrobras viu que a melhor maneira de ligar o complexo a outras empresas e ao principal consumidor do Brasil, São Paulo, é por trem — disse o secretário.


Estrada de ferro terá 350 km e será operada por várias empresas


A estrada se chamará EF-354, terá 350 quilômetros de extensão e vai permitir trens de bitolas larga e estreita. Será também a primeira experiência brasileira de estrada de ferro com diversos operadores.


— Temos um estudo que aponta que, quando o Comperj ficar pronto, serão mais 300 caminhões pesados por dia em nossas estradas. Não temos capacidade de suportar isso, até porque é uma média, pode ter um dia com mais de 700 caminhões. Temos que buscar soluções.


Rio terá segunda maior base ‘offshore’ da Petrobras


Além da nova ferrovia, o estado prioriza a ampliação do Porto do Rio. Um dos principais projetos é o Porto Século 21, que vai ordenar o trânsito local, recuperar socialmente a área do entorno e ampliar a capacidade de armazenamento. Em parceria com as secretarias de Transporte e Desenvolvimento Econômico do estado, ao lado da prefeitura, Companhia Docas, Petrobras, Libra e Multiterminais, deverá ser criado ainda um centro de caminhões, no Caju.


Júlio Bueno, secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio, destacou que estão sendo investidos mais de R$ 1 bilhão no Porto do Rio. Segundo ele, os recursos são fundamentais para receber embarcações maiores.


— O Porto do Rio será a segunda maior base offshore da Petrobras. Hoje, o porto opera com metade da sua capacidade — diz o secretário.


Embora não esteja entre os mais movimentados do país, o Porto do Rio é onde a carga tem maior valor agregado (US$ 1.580 a tonelada, bem acima da média nacional de US$ 483/tonelada), segundo o governo do estado.


Na área de commodities também haverá aumento de capacidade de movimentação, com os portos do grupo EBX, de Eike Batista. O Porto do Açu, no Norte Fluminense, terá em seu auge capacidade de 350 milhões de toneladas por ano, ou 41% da movimentação brasileira de 2010. E há o Porto Sudeste, especializado em minério de ferro, que terá capacidade para 50 milhões de toneladas por ano e já conta com projeto para dobrar sua movimentação.

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