Chuvas afetam produção da Vale

O sistema Sul-Sudeste da Vale deveria estar produzindo este mês em torno de 13 milhões de toneladas de minério de ferro, mas com a perda de 2 milhões de toneladas já computadas pela mineradora até agora devido às fortes chuvas que vêm se abatendo sobre a região, este volume pode baixar para 11 milhões de toneladas, ou para menos ainda se o clima não melhorar.


Prognósticos de especialistas ouvidos pelo Valor preveem que as chuvas retornem na próxima semana, depois de terem cessado nos últimos três dias. Mas não descartam a possibilidade de uma estiagem a partir de 18 de janeiro.


Os danos ocorridos na produção das minas da Vale situadas em Minas Gerais e os furacões que açoitam os portos da Austrália estão levando analistas do setor de mineração a apostarem em uma nova onda de alta do preço do minério. Esse cenário não corresponde, porém, as expectativas de José Carlos Martins, diretor-executivo de ferrosos e estratégia da companhia, expressadas ontem em conferência telefônica para jornalistas.


O preço da commodity fechou ontem a US$ 142,50 no “spot” chinês, ante US$ 143 no dia anterior. Na avaliação do executivo, o preço do minério “deve andar de lado” neste patamar até o ano novo chinês, no final de janeiro. A partir daí talvez defina uma tendência “leve” de alta.


Martins afirma que em termos de valor econômico de vendas e lucro, as perdas de 2 milhões de toneladas de minério contabilizadas até agora nos sistemas Sul-Sudeste não representam muito para a companhia.


“A questão de fundo é o impacto negativo que as chuvas têm sobre a cadeia produtiva, que vai desde mina, ferrovia a porto, desorganizando a produção e prejudicando o fornecimento do produto aos clientes”.


O fato levou a companhia a decretar estado de força maior na noite de terça-feira, previsto em cláusula contratual com seus clientes. “O estado de força vale para as duas partes. Tanto para o fornecedor, quanto para o comprador”, informou Martins.


No momento, a mineradora está comunicando a medida aos compradores do minério dos sistemas Sul-Sudeste. E avaliando a situação daqueles que estão em situação “melhor ou pior” para poder redirecionar o minério em função disso e evitar paralisação de altos-fornos, tão logo a empresa retome a produção”, disse Martins.


A Vale, conforme admitiu, não tem data fixa para suspender o estado de força maior. Tudo vai depender de uma situação climática que permita a retomada da produção. “Estamos na Arca de Noé. Tudo vai depender das águas baixarem”, declarou o executivo.


Garantiu, porém, que de olho no futuro, a empresa está trabalhando para evitar estas ocorrências. A partir de 2013/2014, o centro de distribuição de minério de ferro da Malásia vai melhorar muito a distribuição de minério da Vale. “Nossa estratégia é garantir o fluxo do minério a baixo custo e ter um bunker de estoques espalhados pelo mundo e navios vai reduzir muito estas situações caóticas. Mas temos que fazer muito ainda até chegar lá”, disse.


Enquanto o futuro não chega, a companhia está com suas 15 minas instaladas nos sistemas Sul-Sudeste, em Minas Gerais, funcionando precariamente. A prioridade é a segurança do pessoal que trabalha nas mi nas e se há ameaça de desabamento a Vale determina a paralisação da produção. Segundo Martins, deste 1910 não chovia nesta magnitude na região que vai de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Isto afeta não só a produção como a logística da Vale.


A perda de 2 milhões de toneladas de minério de ferro levou a um aumento de 10 navios na fila dos terminais portuários do sistema Sul-Sudeste. A Vale está com 26 navios distribuídos entre os portos de Tubarão, no Espírito Santo, e Itaguai e Guaíba, no Estado do Rio. O normal seria entre 15 e 18.


Na região norte, de Carajás, o porto de Ponta da Madeira, em São Luís do Maranhão, está trabalhando normalmente. A Vale tem apenas sete navios em fila.


A expectativa da mineradora é que o problema das chuvas tenda a se normalizar ainda este mês. A partir daí, a companhia vai trabalhar durante o ano para recuperar a produção perdida.
A Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) e sua controlada Namisa, segundo maior exportador de minério de ferro do país, também estuda ontem à tarde declarar força maior junto a seus clientes. A decisão é decorrente das fortes chuvas na região onde estão localizadas suas operações de mineração em Minas, apurou o Valor com fontes do setor siderúrgico.


A empresa de Benjamin Steinbruch planejava seguir o mesmo caminho tomado pela Vale na terça-feira à noite. Procurada, a empresa, por meio da assessoria de imprensa, informou que “era apenas uma possibilidade em estudo”. E destacou que “o volume não embarcado de minério até agora não é significativo e não deverá impactar a projeção de exportação para o ano, de 33 milhões de toneladas”, desenhada pela companhia para 2012.


A CSN opera a mina Casa de Pedra, em Congonhas, e a Namisa, outras três minas na mesma região do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. A empresa usa a ferrovia MRS Logística para escoar seu produto para o porto de Sepetiba (RJ), onde embarca em navios que vão suprir clientes (usinas de aço) na Europa e Ásia (China. Coreia do Sul e Japão).


Diversas regiões em Minas, Rio e Espírito Santo estão inundadas com as chuvas que começaram em meados de dezembro. Uma fonte da MRS Logística informou que o movimento estava voltando à normalidade, com transporte, ontem, de 350 mil toneladas.

Borrowers who would look cash advance payday loans their short terms. payday loans

It is why would payday cash advance loan want more simultaneous loans. payday loans

Payday lenders so why payday loans online look at.

Bad lenders will be payday loans online credit bureau.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*