BNDES prevê alta de 25% em crédito para infraestrutura

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para projetos de infraestrutura devem ficar entre R$ 58 bilhões e R$ 59 bilhões em 2012, crescimento de 25% em relação ao ano anterior, segundo o presidente do banco, Luciano Coutinho.


“O investimento em infraestrutura será uma mola para impulsionar o crescimento neste ano”, afirmou Coutinho, que os considera “chave” no esforço do governo de garantir crescimento de, no mínimo, 4% neste ano.


Coutinho avalia que a atividade econômica no primeiro trimestre foi fraca, mas estima que a economia deve voltar a ganhar força no segundo trimestre e “acelerar de maneira muito marcante” a partir da segunda metade do ano. A afirmação foi feita após participar ontem da abertura do congresso da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap).


“As oportunidades existentes no país hoje permitirão que a taxa de expansão dos investimentos seja mais forte do que o crescimento da renda doméstica e do consumo. Essa é uma prioridade já explicitada várias vezes pelos ministros da área econômica”, disse o presidente do BNDES. Para ele, direcionar recursos produtivos para obras de logística portuária e ferroviária tem como benefício elevar a eficiência sistêmica da economia.


A necessidade de aumentar a taxa de investimento embute outro desafio: elevar a capacidade de poupança doméstica do país, argumentou Coutinho. Segundo ele, a dependência de recursos externos pode tornar o Brasil mais vulnerável ao cenário externo.


“Temos o imperativo de melhorar a capacidade de poupança doméstica, porque não é sensato depender apenas da poupança externa. Precisamos depender do nosso próprio esforço de poupança, que modere a vulnerabilidade do país. Para tanto, precisamos de fontes de financiamento privado”, disse.


Para ele, a agenda para o aumento da poupança interna é “bastante desafiadora”. Apesar disso, Coutinho acredita que a manutenção do dinamismo da economia brasileira deve assegurar a sustentação da principal fonte para o aumento da taxa de investimentos da economia – os lucros gerados pelas empresas.


Coutinho listou como esforço necessário para o crescimento sustentável no longo prazo o aumento da produtividade. Disse que o governo está agindo nessa agenda, com projetos de qualificação da mão de obra e reforço do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), com o objetivo de acelerar a automatização de empresas de médio e pequeno porte.

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