O funcionamento do trecho do metrô entre a Lapa e o Acesso Norte, em fase de testes e com transporte gratuito da população, ficará restrito a cinco meses. A afirmação é do secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, que explica que o custeio dos testes com recursos da União deve acontecer apenas enquanto o metrô estiver sob gestão do poder público. A expectativa é que o equipamento entre em operação a partir do segundo semestre, período que coincide com o da corrida eleitoral em Salvador.
“Vamos entregar o metrô funcionando para o consórcio que vencer a licitação. Daí em diante, caberá a este consórcio arcar com eventuais custos de operação”, explica o secretário, reconhecendo que dificilmente a iniciativa privada vai manter a operação do trecho de seis quilômetros, por não ser financeiramente viável. “Em tese, a operação comercial não poderá acontecer enquanto não for concluído o trecho até Pirajá, que é onde ficam os pátios de manobras e de manutenção das máquinas”, argumenta Costa. A previsão é que a linha 1 esteja apta a funcionar comercialmente somente em 2014.
A expectativa do governo estadual é que a licitação do consórcio responsável pela conclusão da linha 1, a construção da linha 2 e gestão de todo o sistema de transporte metroviário esteja na rua no ano que vem. Enquanto o processo licitatório for encaminhado pelo Estado, a prefeitura cuidará dos testes da linha 1. Mas os trens não vão trafegar de maneira contínua, justamente pela falta do pátio de manobras na região do Acesso Norte. Vão trafegar em viagens pontuais, que devem acontecer duas ou três vezes por semana.
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O secretário Rui Costa antevê dificuldades na captação dos recursos federais. Mas diz estar otimista: “Acreditamos que este projeto é prioridade e haverá boa vontade do governo federal”. Segundo ele, a redução de R$ 40 milhões para R$ 32 milhões no valor pleiteado facilitará a captação dos recursos.
Planejamento – O arquiteto e professor de planejamento urbano Armando Branco estranha o fato de o metrô entrar em funcionamento sem um planejamento para a operação imediata. “Acredito que seja apenas uma operação técnica, para verificar as partes mecânica e elétrica. Mas isso poderia ser feito a qualquer momento”, destacou Branco, lembrando que os testes devem seguir as recomendações dos fabricantes dos equipamentos.
Em razão do adiantado da hora da solicitação da reportagem, ontem, a assessoria de imprensa da Secretaria de Transportes e Infraestrutura da prefeitura não soube responder qual é o efetivo atual e a folha de pagamento dos metroviários que vão operar os trens na fase de teste. Mas garantiu que parte dos operadores está sendo treinada por técnicos da Mitsui & Companhia Ltda., empresa japonesa fornecedora dos trens.
A reportagem entrou em contato no Rio de Janeiro com Euler Varela, representante da Mitsui, responsável pelas operações em Salvador, para esclarecer qual será o papel da multinacional durante o período de testes do metrô. Mas a empresa responderá às solicitações somente hoje.
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