A MMX, mineradora do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, encerrou o primeiro trimestre de 2012 (1T12) com lucro de R$ 49,3 milhões, Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), produção de 1,6 milhão de toneladas de minério de ferro e vendas de 1,4 milhão de toneladas de minério de ferro. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (9/5) ao mercado.
O desempenho da companhia no primeiro trimestre de 2012 foi afetado pelo altíssimo índice pluviométrico registrado em Minas Gerais, que impactou a produção do Sistema Sudeste, principalmente, em janeiro. De acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, em cem anos de análises, nunca houve registro de volumes de chuvas semelhantes aos verificados em dezembro de 2011 e janeiro de 2012. No período, também impactaram os resultados da companhia o baixo nível de navegabilidade do Rio Paraguai, que comprometeu o desempenho da hidrovia utilizada no transporte do minério de ferro produzido pela MMX em Corumbá (MS), e a redução dos preços realizados de minério.
O lucro da MMX no 1T12, que somou R$ 49,3 milhões, é R$ 20 milhões menor que o verificado no último trimestre de 2012 e R$ 14,5 milhões abaixo do 1T11. O Ebitda registrou redução de 79% e 90% em comparação ao apresentado no 4T11 e 1T11, respectivamente. “No início deste ano, as operações e vendas da MMX foram bastante afetadas pelos fenômenos naturais, principalmente fortes chuvas, que interferiram em nossa atividade industrial. Esses aspectos afetaram não somente a MMX, mas toda a indústria de mineração em Minas Gerais e já estamos trabalhando para reverter a perda de produção do 1T12 ao longo de 2012. Em abril, a MMX recebeu a Licença de Instalação (LI) que autoriza o início das obras para a expansão da Unidade Serra Azul, e a construção de uma nova usina de beneficiamento com capacidade de 29 milhões de toneladas por ano, um passo importante na consolidação do desenvolvimento estratégico da companhia.”, comentou Guilherme Escalhão, Presidente e Diretor de Relação com Investidores da MMX.
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Produção e venda
No trimestre, a produção da MMX foi de 1,6 milhão de toneladas de minério de ferro, volume 8% maior que o produzido no 4T11. No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado, houve redução de 23%.
As vendas de minério de ferro da companhia no 1T12 somaram 1,4 milhão de toneladas, volume que foi 28% e 13% inferior ao apresentado nos 4T11 e 1T11, respectivamente. No período, 79% das vendas foram para o mercado doméstico e 21% para clientes externos.
Sistema Sudeste
Neste trimestre, o Sistema Sudeste foi responsável pela produção de 1,2 milhão de toneladas, 13% e 21% abaixo dos volumes apresentados no 4T11 e 1T11. A produção do Sistema Sudeste foi impactada pelas chuvas registradas em janeiro, em Minas Gerais.
As vendas do Sistema Sudeste chegaram a 1,2 milhão de toneladas de minério de ferro, desempenho 21% e 17% menor que no 4T11 e 1T11, respectivamente. O mercado interno, representado principalmente por produtores de ferro-gusa, siderúrgicas e grandes mineradoras, foi responsável por 86% das vendas. Os outros 14% foram destinados à exportação, através do Porto da CSN, em Itaguaí, com o qual a MMX tem contrato para embarcar 1 milhão de toneladas por ano.
A partir do início da operação do Superporto Sudeste, toda a produção da MMX será direcionada ao mercado transoceânico, que garante maiores margens à venda do produto.
O Sistema Sudeste apresentou Ebitda de R$ 29,3 milhões no 1T12, 20% superior ao 4T11 e 48% abaixo do apresentado no 1T11. O resultado desse trimestre foi influenciado por: (i) redução no preço médio ponderado em função do menor volume exportado no 1T12 e (ii) menor câmbio médio, R$/USD 1,77 no 1T12 em comparação a R$/USD 1,80 no 4T11.
Sistema Corumbá
No Sistema Corumbá, a produção no 1T12 foi de 333 mil toneladas, 667% acima do 4T11 e 32% abaixo do 1T11. Conforme anunciado anteriormente, durante o segundo semestre do ano passado, a MMX ajustou a produção para otimizar a utilização dos estoques, sem impacto nas vendas.
No 1T12, foram vendidas 230 mil toneladas de minério de ferro, redução de 52% em relação ao 4T11 e crescimento de 10% em relação ao 1T11. O mercado externo respondeu por 55% das vendas e o interno por 45%. As vendas no trimestre foram impactadas pelo baixo nível do Rio Paraguai, que impossibilitou a navegação das barcaças que transportam o minério até o porto na Argentina, de onde seguem para países da Ásia e Europa. A hidrovia voltou a ser utilizada em meados de fevereiro.
No Sistema Corumbá o Ebitda do 1T12 foi negativo em R$ 903 mil. Os efeitos que impactaram o trimestre são: (i) redução no preço médio ponderado em função do menor volume exportado no 1T12 e (ii) menor câmbio médio.
Superporto Sudeste
O Superporto Sudeste, em construção em Itaguaí (RJ), registrou Ebitda negativo de R$ 5,9 milhões, dado a sua atual fase de implantação. Em comparação com o 4T11 houve redução de 2% no montante. Em relação ao 1T11, não é possível realizar a comparação, pois o porto passou a ser contabilizado no resultado da MMX a partir da sua aquisição, em maio de 2011.
Chile e Mina Pau de Vinho
Os projetos do Chile, para o desenvolvimento de um projeto com capacidade de 10 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, e da Mina Pau de Vinho, de 8 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, estão em estágio de engenharia conceitual e de pesquisa geológica.
Eventos Subsequentes
No dia 26 de abril, a MMX recebeu a Licença de Instalação (LI) que autoriza o início das obras para a expansão da Unidade Serra Azul. A licença contempla uma nova usina de beneficiamento de minério de ferro com capacidade para 29 milhões de toneladas por ano, um terminal ferroviário e um mineroduto com aproximadamente sete quilômetros para transporte do minério da usina ao terminal ferroviário. A construção do novo complexo será iniciada imediatamente, levará aproximadamente 24 meses e possui estimativa de investimento de R$ 4,8 bilhões.
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