O presidente executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, afirmou que a entidade firmou um protocolo de intenções com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para remover locomotivas e vagões da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) que até hoje ocupam pátios e áreas operacionais das concessionárias em todo o País.
A ideia é seguir o exemplo do que foi feito com o programa Espaço Livre – Aeroportos, por meio do qual o CNJ removeu aviões sucateados das empresas aéreas que faliram no País nos últimos anos. Esse material ocupava hangares de alguns dos principais aeroportos do País e foi leiloado pelo CNJ. “O CNJ vai iniciar esse processo com as ferrovias. São cerca de 26,7 mil locomotivas, vagões, carros de passageiros, que não pertencem mais a nós e não são de nossa responsabilidade”, afirmou. “O passivo da rede precisa ser assumido pelo Poder Público.”
Segundo Vilaça, parte dessa sucata atravanca a movimentação de cargas, principalmente em Sete Lagoas (MG), Bauru e Campinas (SP) e em áreas do Rio de Janeiro. “Esses vagões atrapalham a operação à medida que ocupam espaço dos trilhos, que são reduzidos”, afirmou. O presidente executivo disse que as concessionárias possuem custos com a manutenção desse material. “Temos limitação de área física, dificuldades para manobras e responsabilidades. São áreas que normalmente trazem tráfico de drogas, dengue, problemas sociais, em que precisamos colocar segurança para evitar que o material seja degradado.”
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Para o executivo, o projeto do CNJ com aviões foi bem-sucedido e poderá proporcionar, no caso das ferrovias, um ambiente jurídico seguro para que DNIT, ANTT e Ministério dos Transportes atuem em conjunto com a Justiça. “É sucata, mas é patrimônio do governo. Temos 103 mil vagões em operação hoje, 3,2 mil locomotivas, novas, modernas e adequadas”, afirmou. Segundo ele, essa é uma demanda antiga do setor. “Já está 15 anos atrasado. Quanto antes vier, melhor.”
Seja o primeiro a comentar