População questiona o andamento da obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na avenida Rubens de Mendonça. Desde a interdição do trecho em frente à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), realizada há 25 dias, motoristas e pedestres enxergam pouca execução do projeto. Por causa da abertura dos desvios, a população tem dificuldades para ter acesso a espaços de serviços e compras, como o Centro Político Administrativo e ao shopping da Capital.
No trecho por onde antes passavam os veículos no sentido CPA para Centro o asfalto foi retirado em alguns pontos e as cabines dos funcionários do consórcio foram fixadas no canteiro central. Além disso, nenhuma outra atividade sobre a região que receberá futuramente os trens do VLT.
Poucos homens estão neste ponto de construção dos trilhos. Uma máquina de perfuração foi estacionada esta semana no local e daria início aos trabalhos. Vendedor Felipe Ferreira de Sousa, 21, tem um ponto de comércio na calçada da avenida Rubens de Mendonça próximo ao trecho interditado e acompanha descrente a execução. “Eles começam, param, começam, param. Tem alguns pontos da cidade que eu tenho certeza que não termina a obra”. Felipe acha ruim a situação e pergunta porque a interdição não foi prorrogada se as atividades não são realizadas. O vendedor goiano diz que por causa da dificuldade em transitar na região, evita até mesmo de frequentar o shopping mais próximo, preferindo ir ao localizado no Goiabeiras. Taxista Enivaldo da Silva Maciel, 21, enxerga lucro por causa do valor das corridas a maior paga pelos passageiros, mas também as críticas dos clientes por causa do transtorno. Para sair do shopping e ir em direção ao Centro o motorista precisa realizar o contorno na avenida Juliano Costa Marques, entrar na avenida Rubens de Mendonça em direção ao CPA, virar à esquerda para o Centro Político Administrativo e terminar o trajeto até chegar em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O novo itinerário provoca demora e o aumento em 100% do valor do serviço. Frente à lentidão aparente da obra, o taxista considera a condição do trânsito uma “bagunça”. Especialmente em horários de entrada e saída de funcionários públicos o fluxo é intenso e provoca congestionamentos.
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Segundo a assessoria de imprensa do Consórcio VLT Cuiabá/Várzea Grande, os serviços empreendidos obedecem uma sequência de processos, iniciada pelo canteiro de obras da Sefaz. No momento as equipes estão trabalhando na remoção de interferências, como a supressão de árvores já realizada. No local há redes de fibra ótica (telefonia, internet) e elétrica que alimentam o Centro Político e Administrativo, “o que demanda atenção redobrada das equipes, além da rede de saneamento (água e esgoto)”, diz a nota.
Em relação à parte elétrica, o Consórcio implanta novos postes para transferência da rede. As atividades são executadas em parceria com concessionárias e operadoras e estão dentro do cronograma.
Segundo o consórcio, são feitas escavações estratégicas e cravamento de estacas que serão usadas para a realização do teste de cargas, que simula o peso dos veículos que passam pelo viaduto. Os resultados permitirão conhecer melhor o comportamento do solo/elemento de fundação. “Isso garante a confiabilidade ao projeto e subsidia a equipe projetista na definição do comportamento das estacas nos carregamentos verticais na obra que está sendo executada”, consta na nota.
A próxima etapa é o cravamento das estacas que vão dar sustentação aos blocos de concreto (parte de fundação) e aos pilares que vão compor o viaduto.
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