Brasil e Argentina vão discutir o impasse da Vale

A suspensão do projeto Potássio Rio Colorado, da Vale, na província argentina de Mendoza, anunciada ontem, não surpreendeu o governo local, mas provocou tensão, especialmente na administração provincial. Uma solução para o impasse poderá ser discutida durante reunião das presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, que está sendo remarcada por ambos os governos, provavelmente para o fim deste mês ou início de abril.


“Até lá, esperamos que a empresa e o governo argentino possam ter encontrado uma solução para baratear o custo do projeto”, disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, uma fonte que acompanha as negociações.


O governador de Mendoza, Francisco Pérez, entrou ontem em contato com autoridades brasileiras para saber detalhes do fato relevante da Vale e para testar o clima político sobre o assunto. A decisão já era esperada, mas o governador queria saber do governo brasileiro se a medida era definitiva.


“O governador ouviu que o problema ainda continua na mesa de discussões e vai depender de um entendimento entre a Vale e o governo argentino, porque o governo brasileiro só pode ajudar na busca da solução do problema. Não pode colocar dinheiro público em um negócio privado”, relatou a fonte.


Pérez está preocupado com os 4,5 mil empregados contratados e os milhares de empregos indiretos que o projeto gera em sua província. “É claro que a companhia vai fazer uma revisão no quadro de funcionários e vai manter só os necessários para manter os ativos”, disse a fonte. Outra fonte, do governo de Mendoza, informou que o secretário de Mineração, Jorge Mayoral, poderia convocar a Vale para uma conciliação obrigatória de trabalho, no caso de demissões em massa. Até o início da noite não havia posição oficial do governo argentino sobre o assunto.


“Quanto menos dramático e vociferante for a reação de cada um dos lados, melhor será. Isso é uma contribuição necessária para facilitar a manutenção do diálogo”, aconselhou a fonte que acompanha as negociações. “O mais importante agora é preservar o diálogo, porque a Vale não quer abandonar o projeto e, para o governo argentino, não será tão simples assim tirar a concessão da Vale. Tem de achar alguém que queira investir US$ 10,9 bilhões”, ponderou a fonte.


Futuro. Segundo a fonte, “a revisão do negócio não é dramática porque os preços dos minérios sobem e descem”. “Hoje o projeto não é viável, mas pode ser no futuro. O que é delicada é a situação dos trabalhadores”, ressaltou. O projeto, orçado em US$ 4 bilhões, foi reajustado para US$ 5,9 bilhões. Nas últimas negociações entre a Vale e o governo local, a companhia cortou obras e reajustou o projeto, economizando US$ 700 milhões, e pediu benefícios fiscais de US$ 1,5 bilhão ao governo.


O governador Pérez explicou, em fevereiro, que a renúncia fiscal era impossível de ser concedida. A Vale também havia pedido uma cotação do câmbio especial para entrar com divisas no país, já que o valor oficial da moeda é de US$ 5 por unidade, enquanto a economia real se movimenta com um câmbio paralelo de quase US$ 8.


Tanto a Vale quanto o governo argentino buscaram alternativas de investimentos e um terceiro sócio para compensar a alta dos custos provocada pela defasagem cambial, massa salarial em constante aumento acompanhando a inflação e a demora na obtenção de licenças para a construção de uma ferrovia para transportar o potássio. “Por causa da alta exagerada dos custos, o projeto tornou-se inviável e os dois lados vão ter de fazer um esforço” para chegar a um número factível, detalhou a fonte. Ontem, o jornal argentino Perfil publicou entrevista com o diretor da Vale Marcio Godoy, pedindo compreensão do governo argentino. “Necessitamos da compreensão do governo argentino para continuar com a Potássio Rio Colorado. O setor de mineração exige, por natureza, devido ao tamanho de suas iniciativas, um tratamento especial”, disse Godoy ao Perfil, de Toronto, onde participou de uma exposição do setor.

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