Uma empresa de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) produz miniaturas de locomotivas e vagões em escala proporcional aos originais e com as logomarcas de empresas que atuam ou atuaram no transporte ferroviário como a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A), Fepasa (Ferrovias Paulista S/A) e a ALL (América Latina Logística), entre outras. Os trens são até exportados para Europa e América do Sul.
A Frateschi Ltda. integra o total de 523 empresas do ramo de brinquedos no Brasil que faturaram R$ 7,5 bilhões no ano passado e empregam 26 mil pessoas diretamente, segundo a Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos).
A fábrica de Ribeirão, que não revela o faturamento, possui 25 funcionários, mão de obra considerada especializada.
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O público consumidor das miniaturas vai de 5 a 80 anos de idade. Os mais velhos montam os brinquedos para os filhos, netos, ou por puro hobby, segundo Lucas Frateschi, 35, diretor da empresa.
O kit básico vendido pela Frateschi inclui uma locomotiva, três vagões de carga e trilhos e sai por R$ 325. A partir dele, podem ser feitas expansões de forma ilimitada em maquetes que reproduzem as linhas férreas com estações, caixas-dágua e depósitos de óleo, entre outros equipamentos.
Empresa usa padrão internacional para facilitar coleção
A empresa utiliza a escala H0 para fabricar seus produtos, considerada a mais popular entre os ferromodelistas (colecionadores de trens em miniatura). Esse padrão favorece os negócios e a vida dos colecionadores, que podem compor suas maquetes com itens nacionais e estrangeiros.
De acordo com Frateschi, o mercado no qual sua empresa atua é estável, porém difícil. O motivo, afirma, é a falta da cultura ferroviária no Brasil e nos demais países da América Latina, que a partir da década de 1970 desativaram suas malhas e investiram no transporte por rodovia.
Tem criança que nunca viu um trem na vida e, talvez, nem venha a conhecer um de perto. Esse distanciamento acaba influindo na hora de escolher um brinquedo. Os trens de transporte de passageiros estão sumindo do imaginário dos brasileiros, disse.
Os negócios da empresa de Ribeirão Preto se concentram no mercado interno (90%), basicamente nas regiões sul e sudeste. Mas a Frateschi também vende suas miniaturas para compradores de Argentina, Chile, Alemanha e África do Sul, entre outros países.
A Frateschi, que está no mercado há 46 anos, produz cerca de 200 itens, entre locomotivas, vagões, estações, trilhos, postes e outras mercadorias em tamanho reduzido.
O plástico injetável é a matéria-prima básica. Cada locomotiva pesa aproximadamente 250 gramas. Elas se movem por eletricidade, mas sem riscos para as crianças, segundo a empresa.
Trens passam de geração em geração
O empresário paulistano Luiz Carlos Franco, 60, é um exemplo da interação familiar proporcionada pelos trens em miniaturas. O mesmo kit que ele comprou há 40 anos da Frateschi para brincar com a filha, Marcella, hoje serve para divertir o neto, Teodoro, 4. É uma farra. Os trilhos podem ser montados pela casa toda, diz.
A Frateschi foi fundada em 1967 pelo engenheiro civil Galileu Frateschi, morto em 1984, aos 72 anos. Inicialmente, o fundador produzia postes de plásticos para as estações de trens em miniatura da fabricante Atma, que fechou as portas. A partir de então, a Frateschi passou a produzir os outros itens.
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