Empresas reveem investimentos na Argentina

Por diferentes motivos, os principais investimentos empresariais brasileiros na Argentina estão em xeque e a agenda do setor privado deverá predominar durante o encontro entre a presidente Dilma Rousseff e a presidente argentina Cristina Kirchner em Calafate, na província de Santa Cruz, nesta quinta-feira. No encontro, as duas presidentes devem fazer anúncios para destravar investimentos. A pauta da reunião foi discutida ontem em Buenos Aires pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e a cúpula da equipe econômica argentina.


As empresas brasileiras estão revendo os investimentos em função de resultados globais decepcionantes em 2012 e pelo mau momento econômico vivido pela Argentina, marcado pelo desaquecimento do consumo, defasagem cambial, dificuldades para remessas de dividendos e desaceleração de obras públicas.


O caso mais agudo é o da Vale. A mineradora toca em Malargue, na província de Mendoza, o maior empreendimento privado do país, da ordem de US$ 5 bilhões. A obra envolve a extração de potássio na região do rio Colorado, a construção de uma ligação ferroviária atravessando também as províncias de Neuquén e Rio Negro e de um terminal marítimo em Bahía Blanca, na província de Buenos Aires.


Desde dezembro, as obras estão suspensas. Oficialmente, a Vale alegou que o orçamento do projeto precisa ser revisto, em função do aumento de custos. A paralisação afeta as brasileiras Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, subcontratadas para as diversas etapas do projeto e levou pânico aos pequenos fornecedores argentinos.


Em janeiro, o governador de Mendoza, Francisco Perez, ameaçou revogar a licença concedida à Vale. Na primeira semana de fevereiro, uma reunião em Buenos Aires entre o ministro Fernando Pimentel, e o ministro do Planejamento da Argentina, Julio De Vido, reabriu as negociações. Ontem, Pimentel negou que o tema tenha sido discutido novamente. “Agora a negociação é direta deles com a empresa”, afirmou.


Caberá à Argentina apresentar uma alternativa financeira para o projeto, que deve envolver um novo desenho societário para a exploração, com a entrada como investidores do governo nacional argentino, do governo provincial e de um sócio privado estrangeiro. A Vale ficou de dar uma resposta oficial na segunda-feira, mas a reunião entre as presidentes é vista como decisiva para a continuidade ou não do investimento. Procurada, a assessoria de imprensa da Vale na Argentina não se manifestou.


Também depende do avanço das negociações entre os dois governos a conquista de novos contratos pela Odebrecht. A empresa brasileira está associada à francesa Alstom e à argentina Impsa para mais uma licitação de duas usinas hidrelétricas em Santa Cruz, a “Presidente Nestor Kirchner” e a “Governador Jorge Cepernic”. Trata-se de uma obra de US$ 4,9 bilhões para a instalação de uma potência de 1,7 mil MW, que já havia sido licitada antes, em uma concorrência ganha pela brasileira Camargo Corrêa em parceria com a Impsa.


No ano passado, Cristina Kirchner decidiu anular o processo em razão da situação fiscal argentina: o governo agora quer que o consórcio vencedor banque com financiamento próprio 50% dos custos. Na modelagem anterior, era 12%. A chave para a proposta brasileira ser vencedora no processo de licitação será a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nessa engenharia financeira.


A Odebrecht também aguarda que o governo argentino encontre financiamento para as obras que tornarão subterrânea a passagem da linha férrea Sarmiento sobre Buenos Aires. A obra, que resolveria um dos grandes gargalos logísticos do país, já que a linha férrea corta áreas densamente povoadas da capital, envolve US$ 1,3 bilhão. A Odebrecht participa do consórcio para a obra com 25%, mas a falta de recursos travou os trabalhos.


Uma disputa paroquial entre Cristina e o prefeito de Buenos Aires, o oposicionista Mauricio Macri, também barra um contrato de US$ 180 milhões ganho pela filial brasileira da Alstom. A empresa deverá fornecer 120 vagões metroviários para a nova linha H do metrô da capital argentina, mas para financiar 85% da aquisição Macri depende do aval do Banco Central da Argentina, que não sai. O financiamento também seria do BNDES.


A conjuntura econômica argentina também tem prejudicado o grupo Camargo Corrêa. Além de subcontratado da Vale para a construção da linha férrea no projeto mineral de extração de potássio, a holding controla a cimenteira Loma Negra, que é um termômetro da atividade no país. No último balanço divulgado, em novembro, a Loma Negra havia registrado uma queda de 4,4 milhões de toneladas de cimento para 4,2 milhões de toneladas, nos nove primeiros meses do ano passado, em comparação com o mesmo período no ano anterior. A atividade de construção civil caiu 3,2% na Argentina ao longo de 2012, segundo dados oficiais.


O momento difícil para as empresas brasileiras na Argentina nem sempre está relacionado com a circunstâncias internas. A Petrobras Argentina está em um processo de encolhimento em razão da decisão estratégica da empresa de se desfazer de US$ 14,8 bilhões em ativos no exterior, como forma de capitalizar-se para investimentos no pré-sal. Os rumores sobre a transação fizeram com que a empresa enviasse na semana passada um fato relevante para a Bolsa de Buenos Aires, em que afirma que as negociações transcorrem “sob cláusula de confidencialidade” e que ainda não havia um compromisso de compra e venda.

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