Ainda longe do início da colheita da segunda safra de milho deste ciclo 2012/13 em Mato Grosso, previsto para junho, entidades que representam os produtores do Estado já começam a pedir ao governo federal ajuda para escoar parte da produção e evitar uma forte retração dos preços.
Desde o início do ano, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura planejavam realizar contratos de opção envolvendo cerca de R$ 1 bilhão para comprar de 3 milhões a 4 milhões de toneladas de milho mato-grossense para recompor estoques públicos. O projeto, porém, voltou para a SPA devido a um pedido de informações do Ministério da Fazenda.
A proposta foi bem recebida dentro da Fazenda, mas foram levantadas algumas dúvidas, principalmente em relação aos preços que o grão deve atingir no segundo semestre. Fontes envolvidas disseram que é importante antecipar as conversas e dar “previsibilidade” ao produtor, mas sem erros no processo. Há dúvidas quanto ao mecanismo a ser usado: contrato de opção ou Aquisição do Governo Federal (AGF).
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Existe a sensação, dentro do governo, de que a hora ideal já passou. A intenção inicial da Conab e da SPA era dar “garantia” ao produtor que sua colheita seria vendida. No Ministério da Fazenda, predomina a ideia de que os preços não cairão tanto e que um AGF seria o suficiente para sustentar os preços ao produtor.
Segundo uma fonte da Fazenda, no ano passado também houve uma expectativa errada de preços. “Todos achavam que o preço seria mais baixo, mas a quebra dos Estados Unidos foi grande e conseguimos outros mercados para escoar”, lembrou a fonte – que afirma que ainda é cedo para saber se os Estados Unidos vão colher as 340 milhões de toneladas estimadas.
Mesmo com o pedido de socorro, as vendas ganharam ritmo. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Estado exportou 4,8 milhões de toneladas de milho durante toda a safra 2011/12 e já chegou a 12 milhões de toneladas de julho de 2012 a fevereiro deste ano. Apesar dos estoques baixos, a previsão de produção elevada é o principal motivo para o pleito.
Segundo o 6º levantamento de safra da Conab, divulgado no início deste mês, o Brasil deverá produzir 76 milhões de toneladas de milho na safra atual, 4,2% mais que no ciclo passado. Do total produzido na safra 2012/13, 16,5 milhões de toneladas serão colhidas em Mato Grosso. Na safra 2011/12, foram colhidos 15,6 milhões de toneladas no Estado.
O presidente da Aprosoja/MT, Carlos Fávaro, disse que medidas de apoio seriam importantes para ajudar o produtor a negociar sua colheita. A Aprosoja estima que o custo de produção na safra atual esteja em R$ 15 a saca devido à alta de custos do frete. O preço mínimo do milho no Estado, segundo dados da Conab, foi de R$ 12,60 em 2012 e em 2013 chegou a R$ 13,02. “Queremos evitar o excesso de milho dentro do Estado e também garantir a rentabilidade do produtor”, disse. O governo também poderia repor seus estoques a preços mais baixos, afirmou Fávaro.
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