A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) foi condenada pela Justiça a pagar indenização de R$ 33.250,76 a uma mulher que fraturou o maxilar e a mandíbula depois que uma porta de plataforma da Estação Sacomã, na Linha 2-Verde, a atingiu. O equipamento fechou sem emitir aviso – o apito que indica aos passageiros o término de sua abertura. A decisão, anunciada ontem, é em primeira instância.
De acordo com o processo judicial, a porta, que impede que pessoas e objetos caiam nos trilhos enquanto o trem não se alinha à plataforma, deslizou antes do aviso, batendo no pé da vítima, que se desequilibrou e caiu dentro do trem. Ela acertou com o rosto um dos ferros de apoio próximos da porta e desmaiou. Foi levada ao Hospital do Ipiranga e, depois, transferida para o Oswaldo Cruz, ambos na zona sul. Neste, “foi operada para a colocação de duas placas de titânio e oito parafusos” na face.
A mais moderna. O acidente ocorreu por volta das 7h35 de 30 de junho de 2010, cinco meses após a inauguração da Estação Sacomã, que, à época, foi anunciada pelo governo do Estado como “a mais moderna da América Latina”. Um dos elementos destacados como indicativos da vanguarda da estação eram justamente as portas de plataforma. Por dia, 28,4 mil passageiros usam a parada atualmente, mostram os dados oficiais.
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A vítima do acidente solicitava, no início, indenização de R$ 75 mil por danos morais, além de R$ 12.910,76 por danos materiais. Ao julgar o caso, no entanto, o juiz Luis Fernando Nardelli, da 3.ª Vara Cível do Tatuapé, avaliou que o valor solicitado pelos danos morais era “por demais abusivo” e o baixou para “30 salários mínimos corrigíveis à época do efetivo pagamento”.
A Companhia do Metropolitano foi questionada sobre o que provocou o defeito na porta de plataforma e se esse tipo de situação já causou outros acidentes. Em nota, a empresa se limitou a informar que “vai recorrer da decisão judicial”.
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