A polícia continua apurando o envolvimento de moradores no saque de toneladas de soja que estavam em vagões de trem em Santa Adélia (SP). A concessionária que administra a ferrovia informou que 80% dos furtos de todo o Estado aconteceram na cidade. Segundo as investigações, o esquema era bem montado e o grupo já agia há um ano.
Segundo informações da polícia, o esquema envolve pelo menos 50 pessoas, a maioria moradores. O esquema funcionava havia seis meses. Nesta quinta-feira (3), os policiais civis entraram em várias casas que ficam próximas à ferrovia, onde encontraram toneladas de soja espalhadas por cômodos. Em uma dessas residências, 150 sacas ocupavam a sala e a cozinha.
A operação chegou aos principais suspeitos de coordenar o esquema. Na casa do homem apontado pela polícia como chefe dos saqueadores, foram encontradas ferramentas usadas para arrancar lacres e abrir vagões. Tudo foi apreendido e um caminhão chamado para retirar a carga encontrada. Em cinco casas, três toneladas de soja foram apreendidas.
Segundo a polícia, o esquema começa com um grupo contratado para quebrar os lacres dos vagões. A soja é escoada e cai na linha férrea. Outras pessoas ficam encarregadas de recolher os grãos e guardar em casa até a venda. As investigações apontam que o esquema funcionava há pelo menos seis meses.
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Depois das denúncias, a carga que seria furtada ficou abandonada na linha do trem. Em alguns pontos é tanta soja que chega a cobrir os trilhos. Funcionários da concessionária passaram o dia tentando recolher os grãos. Dezenas de suspeitos vão responder por furto em liberdade. Agora, a polícia investiga para quem a carga furtada era vendida.A Corregedoria da Polícia Militar também recebeu denúncias de que policiais estariam envolvidos no esquema e seriam coniventes com os furtos, mas ela não confirma se existe ou não uma investigação sobre suspeita participação de policiais no esquema.
A concessionária que administra a ferrovia informou em nota que colaborou com a polícia e reforçou a segurança dos trens.
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