O senador Roberto Requião (PMDB-PR) denunciou em Plenário, nesta quinta-feira (9), aumento abusivo, por parte de integrantes do governo federal, do custo de construção, por quilômetro, das ferrovias brasileiras. Em 2004, esse custo por quilômetro era avaliado para fins de investimentos públicos em R$ 1,2 milhão. Agora em 2013, este mesmo quilômetro está orçado em R$ 4,7 milhões. Um aumento de 280,4% em dez anos, três vezes mais do que a variação dos índices nacionais de construção civil, levantados pelo parlamentar, que teria sido de 89,31%.
Requião explicou que fez um detalhamento dos custos unitários médios para investimentos em estrada de ferro, a partir das leis orçamentárias da União para cada exercício. Em 2004, o valor por quilômetro foi de R$ 1,2 milhão. Em 2005, esse valor subiu 102%, passando para R$ 2,5 milhões. Em 2006, novo aumento: R$ 3 milhões, correspondendo a um crescimento de 142% no custo da ferrovia em apenas dois anos.
Nos anos seguintes, relatou o senador, o valor orçado por quilômetro de ferrovia continuou subindo. Em 2007, foi para R$ 3,5 milhões. Em 2008, R$ 3,8 milhões. Em 2009, o preço sofre uma leve queda, voltando a custar R$ 3,5 milhões. Mas em 2010, sobe novamente para R$ 3,6 milhões, atingindo R$ 3,9 milhões em 2011 e R$ 4,5 milhões em 2012. Para este ano, o valor orçado já alcança R$ 4,7 milhões.
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Requião acrescentou que esse aumento ocorreu ao mesmo tempo em que o país adotou o modelo de parcerias público-privadas (PPP) para construção das ferrovias. E criticou a escolha da presidente Dilma Rousseff de colocar à frente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) o economista Bernardo Figueiredo, cujo nome foi rejeitado pelos senadores no ano passado para integrar a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
– Eu não preciso mais fazer comentário a respeito disso. Eu só requeiro à Mesa que este meu pronunciamento seja enviado para a presidente Dilma. Mas, como eu tenho certeza de que vai para a Casa Civil e não irá para a mão dela, eu requeiro também que seja enviado este meu pronunciamento para o Conselho de Ética do governo federal – pediu o senador.
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