A ArcelorMittal decidiu retomar o projeto de expansão de sua produção de aços longos no Brasil e investirá 352 milhões de reais na instalação de equipamentos em três de suas usinas no país, afirmou nesta quinta-feira o presidente da área para as Américas, Jefferson De Paula.
O projeto que será descongelado em parte remonta a 2008, quando a empresa projetou investimento de 1,5 bilhão de dólares em aços longos no Brasil. A companhia chegou a desembolsar 750 milhões de dólares na aquisição dos equipamentos ao longo dos anos, mas havia suspendido em 2011 a instalação das máquinas.
Agora, segundo o executivo, a ArcelorMittal decidiu levar adiante parte do restante do projeto. A empresa vai instalar um laminador de fio máquina na usina de João Monlevade (MG) com capacidade para 1,1 milhão de toneladas por ano e ampliará a produção de aço bruto das usinas de Cariacica (ES) e Juiz de Fora (MG) em 200 mil toneladas cada.
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Estas 400 mil toneladas adicionais de aço bruto serão utilizadas no futuro laminador, que terá sua utilização ampliada ao longo dos próximos anos “dependendo da demanda do mercado” brasileiro, disse De Paula.
As obras devem levar 18 meses para serem concluídas e elevarão a capacidade total de laminação de aços longos da ArcelorMittal no Brasil de 3,8 milhões para 4,9 milhões de toneladas. O início da produção é previsto para o final de 2014. Os investimentos fazem parte de um orçamento de 400 milhões de dólares a ser aplicado pela companhia nas Américas neste ano.
A decisão da empresa acontece em um momento de expectativa de aceleração do ritmo das concessões de infraestrutura de transportes organizadas pelo governo federal, embora ainda não existam sinais claros sobre a retomada da economia.
De Paula afirmou que a ArcelorMittal projeta crescimento da economia brasileira de 2,5 por cento em 2013 e de 4 por cento em 2014 e 2015, sustentado pelas concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, além dos eventos esportivos da Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016.
O executivo afirmou que a decisão de retomar parte do projeto servirá também para manter a participação da ArcelorMittal no mercado brasileiro de aços longos em cerca de 30 por cento, em um momento em que grupos que até recentemente não atuavam no segmento no Brasil, como a CSN, investem no setor.
“Mantemos o nosso otimismo moderado em relação ao país e aos negócios, mas estamos acompanhando a evolução do mercado”, disse De Paula. “Queremos aumentar a competitividade da área de aços longos no Brasil”, acrescentou o executivo, afirmando que a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da divisão no primeiro trimestre foi de 20 por cento.
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