A empresa Voest Alpine, que tem sede na Áustria, avalia a possibilidade de montar uma fábrica de trilhos no Brasil. Representantes da companhia compareceram ontem a uma audiência realizada pela Valec, em Brasília. A estatal, vinculada ao Ministério dos Transportes, se prepara para adquirir 240 mil toneladas de trilhos. Atualmente, nenhuma siderúrgica produz trilhos no país.
Em conversas com a diretoria da Valec, representantes da companhia austríaca afirmaram que analisam a instalação de uma unidade no país, por conta da demanda que ocorrerá no setor nos próximos anos, tanto a partir da Valec, quanto da concessão de 10 mil km de novas malhas.
A empresa foi procurada pelo Valor, mas não retornou ao pedido de entrevista até o fechamento desta edição. De acordo com informações em sua página na internet, o grupo Voest Alpine controla 360 empresas em 60 países dos cinco continentes, e emprega mais de 47 mil pessoas. A empresa afirma estar entre os maiores fabricantes mundiais no segmento do aço, com 88% de sua produção sendo exportada, tendo como principal destino a União Europeia.
Em março, a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), autarquia ligada ao Ministério da Integração Nacional, chegou a declarar que iria desembolsar R$ 1,4 bilhão para financiar a construção de uma fábrica de trilhos. A autarquia chegou a informar que pelo menos três empresas estrangeiras estariam interessadas no negócio.
Um quilômetro de trilhos equivale a aproximadamente 140 toneladas de lingotes de aço. Dado o pacote de concessões envolve 10 mil km de novas linhas, a previsão é de que sejam adquiridas 1,4 milhão de toneladas de trilho, ou seja, praticamente seis vezes a quantidade de barras que será adquirida pela Valec.
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