Espanhóis e alemães embaralham decisão sobre TAV

Na tentativa de forçar uma concorrência no leilão do trem-bala Rio-São Paulo-Campinas, cuja entrega de propostas está marcada para o dia 16, dois consórcios estrangeiros foram chamados às pressas ontem pelo governo para reuniões em Brasília.


O ministro dos Transportes, César Borges, conversou pessoalmente com executivos dos grupos da Espanha e da Alemanha. Ambos os grupos asseguraram estar dispostos a entregar ofertas competitivas até o fim do ano, caso o leilão seja adiado, mas descartaram apresentar propostas se a data atual for mantida.


Com isso, segundo fontes do governo, tornou-se altamente improvável a manutenção de sexta-feira da próxima semana como o dia D do trem de alta velocidade (TAV). Só os franceses, com a Alstom e a operadora estatal SNCF à frente, se mantêm firmes na disposição em entregar uma oferta agora. No Palácio do Planalto, dá-se como certo que a presidente Dilma Rousseff se recusará a fazer o leilão com apenas um concorrente, em meio a um noticiário político dominado por denúncias sobre um cartel de empresas no setor ferroviário.


A Siemens, que havia deixado a corrida pelo trem-bala, disse que pode voltar à disputa caso o leilão fique para o fim do ano. O grupo espanhol, encabeçado pela operadora Renfe e pela fabricante de trens Talgo, pede pelo menos dois meses de prazo e também garantiu ao ministro que não tem condições de entregar uma proposta no dia 16.


Uma das maiores preocupações era saber se os consórcios estão blefando, ao pedir mais prazo, ou se realmente estão dispostos a entrar no leilão do TAV daqui a três ou quatro meses. Eles garantiram que a disposição existe de verdade e não voltarão atrás em cima da hora, pedindo novos adiamentos mais à frente.


As informações serão levadas à presidente Dilma Rousseff e deixam o cenário ainda mais incerto. Até a semana passada, Dilma estava inclinada a postergar o leilão para 2015, em um eventual segundo mandato. Avaliava que, saindo vitoriosa das urnas, teria legitimidade para tocar o projeto e passar por cima de críticas. Com as manifestações de junho, que colocaram os investimentos em mobilidade urbana no topo da agenda política, ela via essa alternativa como a mais conveniente.


Após as conversas com os dois consórcios da Espanha e da Alemanha, Dilma terá que avaliar outra possibilidade: fazer o leilão, com a promessa de três concorrentes, até o fim do ano. A presidente pretendia fazer uma nova reunião sobre o assunto, no Planalto, entre hoje e amanhã.


Segundo o relato feito ao governo, a desistência dos espanhóis de entregar uma proposta no dia 16 não está relacionada ao acidente ferroviário em Santiago de Compostela, em julho. Na verdade, o grupo da Espanha alega que uma mudança de regras no leilão, 44 dias atrás, foi crucial.


Até o fim de junho, o resultado do leilão seria definido por uma combinação de dois critérios: o maior valor de outorga (70% da nota final) e o menor custo para a construção da infraestrutura do trem (30% da nota). O segundo critério acabou caindo, com aval do Tribunal de Contas da União (TCU), e ganhará a disputa quem se dispuser a pagar mais. Isso, segundo os espanhóis, fez desmoronar a oferta que vinha sendo desenhada nos últimos meses.


Para padrões europeus, a Espanha tem um relevo mais complicado, com montanhas e declives. Isso faz com que o país tenha soluções de engenharia ferroviária mais competitivas para a construção de túneis e viadutos. Na França e na Alemanha, por exemplo, os trens de alta velocidade circulam sobretudo em planícies.


Com a mudança de regras, os espanhóis – antes tidos como favoritos – perderam seu principal fator de competitividade. Eles também reclamaram das cartas do BNDES, de fundos de pensão estatais e dos Correios que enumeravam condições para entrar no capital da futura concessionária. O grupo da Espanha quer mais tempo para fazer consultas a esses órgãos e tirar dúvidas.

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