O ministro dos Transportes, César Borges, afirmou nesta quarta-feira que não vê nenhum problema para que a empresa espanhola Renfe participe do leilão para a construção do primeiro trem-bala do país, que unirá Rio de Janeiro e São Paulo.
Borges disse que para o governo “não há” impedimentos para que o consórcio espanhol possa se apresentar à licitação, já que o acidente ferroviário ocorrido na semana passada em Santiago de Compostela não teria ocorrido em um trecho de alta velocidade.
“O governo não quer impedir ninguém de participar. Quer o maior número de participação”, afirmou à Agência Brasil o ministro, que esclareceu, no entanto, que a decisão final depende da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
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Segundo a folha de condições, não pode participar da licitação nenhum operador que tenha sofrido acidentes mortais em um período de cinco anos em uma linha de alta velocidade, onde a velocidade permitida é superior a 250 km/h.
O presidente da Renfe, Julio Gómez-Pomar, afirmou hoje em Madri que a companhia ferroviária iniciou uma campanha informativa em diversos países, especialmente no Brasil, para deixar claro que o trem que descarrilou, causando 79 mortos e 150 feridos, não era de alta velocidade.
Por sua vez, o presidente da estatal Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, disse em declarações a jornalistas que, se estiverem corretas as explicações da Renfe, o acidente “não inviabilizaria” a participação espanhola na licitação do trem-bala.
O projeto do trem de alta velocidade Rio-São Paulo-Campinas, o primeiro da América Latina, terá uma extensão de 511 quilômetros e calcula-se que exigirá investimentos de cerca de US$ 17,177 bilhões.
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