Opinião: PSDB deve explicações sobre cartel

Pouco ainda se sabe das investigações sobre formação de cartel nas licitações do metrô paulista. Mas o pouco até agora conhecido não deixa muita dúvida sobre o envolvimento de pessoas ligadas ao PSDB em licitações realizadas nos últimos 20 anos e disputadas por integrantes de uma confraria multinacional de grifes como Siemens, Alstom e Bombardier, entre várias outras.


As primeiras pontas do escândalo surgiram em 2008, quando a multinacional alemã Siemens descobriu que executivos da empresa teriam se envolvido na formação de um cartel de multinacionais responsáveis por obras e venda de equipamentos para os metrôs de São Paulo e de Brasília. Mais de uma dezena de empresas estaria envolvida no esquema, lesivo aos cofres públicos.


Em maio deste ano a Siemens fez um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pelo qual forneceria informações sobre o cartel em troca de isenção do pagamento de eventual multa que lhe fosse aplicada por integrar o acordo de empresas.


Na aparência, trata-se de um esquema de financiamento do partido que governa São Paulo desde 1995, quando Mário Covas assumiu o Palácio dos Bandeirantes. O benefício da dúvida recomenda que se reconheça também a possibilidade de ações isoladas de agentes públicos, sem envolvimento da elite dirigente da principal seção do PSDB, em todo o país. Num caso ou noutro, a ocasião exige respostas imediatas do PSDB e do atual governo do Estado.


Dificilmente o PSDB escapará ileso do “caso Siemens”, que tem potencial para danificar irremediavelmente a imagem do partido e de alguns de seus ícones, como demonstram revelações já publicadas na imprensa. Mas a crise também pode ser uma oportunidade para o PSDB inovar e sair da mesmice dos partidos quando são apanhados com a mão na cumbuca. A exploração política evidentemente existe e sempre vai existir, seja a danação da hora tucana ou do Partido dos Trabalhadores.


No escândalo do mensalão, cujo julgamento será retomado esta semana pelo Supremo Tribunal Federal, o PSDB rebelou-se contra a tentativa do PT de igualar moralmente todos os partidos: à época Lula disse que o PT não fizera nada mais (caixa 2 eleitoral) que as outras siglas sempre fizeram. Essa é uma boa hora de o PSDB mostrar que é de fato diferente como dizia.


É fácil escudar-se na desculpa de que a Justiça negou o acesso do governo estadual aos documentos que compõem a investigação. O governo de São Paulo é parte nos 45 contratos que uma força-tarefa do Ministério Público Estadual pretende investigar, a partir da denúncia e do inquérito sobre o cartel.


Assim como o envolvimento de pessoas próximas do PSDB nos acordos, também é provável que esteja ocorrendo “vazamento seletivo”, como reclamam os tucanos. É condenável e o assunto merece mais atenção do ministro da Justiça, em cuja esfera de atuação está o Cade.


Mas nem por isso o PSDB de São Paulo pode dar o dito pelo não dito. Como parte contratante, o governador Geraldo Alckmin detém o poder de auditar e até denunciar os contratos.


O exemplo do mensalão deve servir de alerta para os dirigentes e militantes do PSDB. Enquanto foi possível, o PT protegeu seus integrantes acusados de participar do esquema de compra de votos no Congresso, livrou da cassação de mandato alguns parlamentares e lançou à execração pública o julgamento dos mensaleiros no Supremo Tribunal Federal. Agora, numa penitência envergonhada, deu a mão à palmatória e excluiu todos eles da chapa de seu novo Diretório Nacional.


As revelações da Siemens indicam que acordos parecidos foram praticados no DF e em pelo menos cinco capitais – Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Fortaleza CE). Mas por enquanto, as investigações do Cade e da Polícia Federal parecem concentradas em São Paulo, território tucano sobre o qual o PT tem ambições eleitorais.


Num momento em que o país levou para o meio da rua sua insatisfação com as instituições e a legitimidade da representação política é questionada, o que se espera do governo federal, na investigação do cartel, é um comportamento republicano.

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