A praticidade é incontestável. Poder cruzar a cidade de norte a sul no intervalo de meia hora proporciona uma considerável economia de tempo. Substituir a poluição e o stress do trânsito pela leitura tranquila de um livro ou mesmo por uma soneca revigorante também não é nada mau. No verão, no entanto, o calor pode ser insuportável. Nos horários de pico, é comum deixar até cinco vagões passarem antes de conseguir pleitear uma vaga em um deles. Furtos a bolsas e celulares são frequentes, e o sobe e desce de escada pode se tornar cansativo – sobretudo para quem se desloca com malas.
O metrô de Paris, classificado como o quarto melhor do mundo pelo prestigioso blog de arquitetura Inhabitat (inhabitat.com), contém todos os defeitos e qualidades de qualquer transporte público. Mas mesmo lotado e com problemas recorrentes que interrompem ou atrapalham seu tráfego, continua sendo o meio mais rápido e eficaz de se deslocar pela Cidade Luz.
Suas 16 linhas e 303 estações agilizam a vida de cerca de 4,13 milhões de pessoas por dia segundo dados da RATP, a companhia parisiense de transportes comuns. A média de distância entre uma estação e outra é de 500 metros, e dizem os rumores que não existe sequer um raio de um quilômetro dentro dos limites da cidade em que não se aviste ao menos uma plaquinha marcando a passagem para o transporte metropolitano.
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Mesmo com todos esses dados, uma boa parte dos turistas brasileiros torce o nariz para este meio de transporte. Eles preferem evitá-lo por considerá-lo sujo e mal cheiroso – em suma, uma ótima maneira de quebrar o encanto com Paris. O que eles não sabem é que o metrô parisiense guarda as chaves para compreender toda a evolução histórica da cidade. Várias estações levam o nome dos monumentos a que dão acesso, enquanto outras ficam em pontos que já foram estrategicamente centrais durante o desenvolvimento da cidade – que surgiu há mais de 2 mil anos como uma vila de gauleses chamada Lutécia.
O livro Próxima Estação, Paris: Uma Viagem Histórica pelas Estações do Metrô Parisiense, do ator e escritor francês Lorant Deutsch (Ed. Paz e Terra; R$, 34,90) foi lançado no Brasil em 2011 e já é bem conhecido dos parisienses. O livro tem até um site hospedado no canal de televisão francesa France 5 (france5.fr/metronome). Na obra, o autor usa as estações de metrô como ponto de partida para descrever a transformação da capital francesa ao longo de dois milênios.
Partindo desta ideia, selecionamos algumas das mais simbólicas estações da história de Paris e demos uma voltinha por seus arredores. Descobrimos lugares que podem passar despercebidos em um passeio turístico clássico, mas que certamente vão incrementar sua visita – esteja você em Paris pela primeira ou pela milésima vez. Pronto para partir? Então cuidado com o vão entre o trem e a plataforma: a viagem está para começar.
*Quer ter acesso fácil ao mapa do metrô na cidade? Pelo site tinyurl.com/metroapp2013 você baixa um aplicativo que ajuda a localizar a estação e as atrações turísticas mais próximas.
*Se cansar do metrô dá para ir de bicicleta. Há estações do sistema Vélib por toda a parte – o aluguel custa 1,70 por 24 horas (é preciso devolver a magrela a cada meia hora). Mais: velib.paris.fr
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