Dados da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) indicam que as concessionárias ferroviárias geraram um crescimento de 171% em empregos diretos e indiretos, de 1997 a 2012, sem contar com a criação de empregos na indústria ferroviária nacional. A entidade destaca que o aumento da produtividade, o cuidado com a segurança e as inovações tecnológicas levaram à crescente necessidade de mão de obra especializada. Para tanto, as associadas da ANTF investiram mais de R$ 28 milhões em qualificação de mão de obra só em 2012.
Desde o início dos anos 2000, as empresas passaram a criar seus próprios programas de capacitação, para formar profissionais em níveis técnicos mais básicos, evoluindo até a alta especialização e a formação de lideranças corporativas. Um aspecto interessante da evolução da mão de obra ferroviária é o aumento da participação feminina num ambiente que era majoritariamente masculino.
“Na MRS Logística, há mulheres em todas as áreas, até nas mais técnicas, trabalhando como maquinistas, manobristas e mantenedoras. As mulheres representam 16% dos profissionais em cargos de gestão e 9% nos demais cargos, um avanço desde 2008, quando esses números eram, respectivamente, de 11% e 6%”, diz Simone de Souza Nazareth, gerente de treinamento e desenvolvimento da empresa.
A empresa investe R$ 10,5 milhões em capacitação por ano. Desde 2001, conta com um programa de aprendizagem, inicialmente para formação de mecânicos de locomotiva e manutenção elétrica de locomotivas, para capacitação de jovens de 16 a 23 anos. As áreas de formação foram sendo ampliadas e o programa já formou mais de 800 jovens.
Em 2004, a empresa criou o Programa de Operador Ferroviário para formar auxiliares de maquinistas, cargo de entrada na área operacional, que já capacitou 2100 profissionais. Depois, o programa foi ampliado para a formação de manobradores e, em 2010, entraram os cursos de manutenção de locomotivas, correção geométrica, via permanente e vagões.
Para a área corporativa, o programa de trainee já formou 312 profissionais, e alguns já estão na alta administração. A formação de lideranças conta com o Programa de Desenvolvimento de Gestores Ferroviários, cujas aulas são ministradas pelos diretores da empresa. Já foram treinados todos os coordenadores, gerentes e gerentes gerais, em um total de 330 gestores.
A ALL investe, anualmente, R$ 15 milhões em programas de capacitação que vão dos níveis técnicos à formação de lideranças e especialistas na área de engenharia ferroviária. A empresa formou mais de 15 mil colaboradores nos últimos 13 anos e também vem abrindo espaço para mulheres.
“Fizemos um piloto na área de controle de tráfego com uma supervisora, e os resultados foram muito bons. Ela é única em um universo de 40 homens e tem interface direta com os maquinistas que receberam muito bem a iniciativa”, diz Melissa Loqueta, superintendente de gente e gestão.
A empresa oferece capacitação por meio de três programas. O primeiro visa à capacitação técnica de mecânicos ferroviários, eletricistas de locomotivas, técnicos de vagão, operadores de máquinas especiais, maquinistas e manobristas. Anualmente, são capacitados 2 mil técnicos com treinamento da Universidade Corporativa ALL (Uniall), criada em 2001.
Já o Programa ALL Mais Desenvolvimento tem foco no desenvolvimento de carreira e de lideranças, capacitando supervisores de operação, coordenadores, gerentes, superintendentes e diretores. A empresa oferece, ainda, a Academia Uniall com um portfólio de treinamentos genéricos – técnicas de apresentação, SAP, Excell avançado, legislação trabalhista etc -, ministrados por profissionais da empresa, que, assim, se sentem valorizados.
Há ainda programas especiais como o de trainee, que, só este ano, recebeu cerca de 24 mil inscrições para um número de vagas entre 16 e 20.
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