Gargalo logístico prejudica competitividade

“O desafio do Brasil é a logística.” A declaração do senador Delcídio Amaral (PT-MS) fez eco entre os participantes do evento Fóruns Estadão Regiões sobre a Região Centro-Oeste, realizado na quarta-feira no auditório do Grupo Estado.


É unânime a opinião, entre políticos, empresários e associações de produtores, que esse problema nacional é muito mais grave no Centro-Oeste, especialmente no momento em que o País está prestes a passar os Estados Unidos como maior produtor mundial de soja.


“Precisamos de portos, ferrovias, hidrovias, aeroportos regionais. Precisamos de investimentos em infraestrutura, mas o Estado não tem dinheiro”, disse o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli.


“O governo federal tem boas ideias, Quer duplicar a chamada ‘rodovia da morte’. Mas não queremos que deleguem, queremos que façam a duplicação”, disse o governador. Mato Grosso do Sul chegou a propor assumir o trecho da BR-163 que corta o Estado.


Em 2007, apresentou ao governo federal uma proposta para a duplicação da rodovia, que se viabilizaria em 10 anos, com a cobrança, segundo o governador, do menor pedágio por eixo do País. A União não aceitou. A estrada é a principal via de escoamento de grãos da região e está saturada há décadas.


Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, o custo logístico abocanha a receita do agricultor e inibe o crescimento da produção de grãos.


Silveira destacou que o Centro-Oeste estaria colhendo 22 milhões de toneladas a mais de milho, quase o dobro do volume atualmente produzido, não fossem as limitações de escoamento. No caso da soja, Silveira calculou que os gargalos de escoamento reduziram em 10% a margem de lucro do produtor desde o ano passado.


Gargalos. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, disse que o Estado mais que duplicou a produção de grãos em quatro anos, mas os investimentos em infraestrutura logística no País não aconteceram na mesma velocidade.


Pela dimensão territorial do Brasil, são grandes as distâncias a serem percorridas pela produção agrícola e o modal de transporte usado para isso não é apropriado, ressaltou Prado.”As estradas que servem de corredor de escoamento são as mesmas de quase 30 anos atrás.”


O governador de Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa, destacou que o Arco Norte terá participação importante no escoamento da produção de grãos do Estado na safra 2013/14.


O Arco Norte de exportações de grãos – que deve escoar cerca de um terço de toda a produção de soja e milho do País – é formado por quatro portos: Itaqui (Maranhão), Santarém (Pará), Porto Velho (Rondônia) e Itacoatiara (Amazonas).


Já o vice-governador de Goiás, José Eliton Figuerêdo Júnior, observou que o Estado sofre menos que os vizinhos com os gargalos logísticos, porque dispõe de uma infraestrutura rodoviária mais consolidada e tem uma matriz de produção diversificada.


Segundo ele, foram investidos cerca de R$ 3 bilhões na recuperação e construção de novas estradas.


Demarcação de áreas indígenas é questão urgente


O senador Delcídio Amaral (PT-MS) ressaltou que a ineficiência logística é um problema antigo, mas não é o único desafio enfrentado pelos produtores do Centro-Oeste. Segundo ele, a demarcação de terras indígenas ameaça o potencial de crescimento da produção agrícola da região, especialmente Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Precisamos de uma saída urgente para essa questão das terras indígenas”, disse Amaral.


O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, reforçou as declarações do senador. Segundo ele, a área demarcada para os índios no Estado chega a 3,5 milhões de hectares. “Não existe briga com índio, mas essas demarcações reduzem a nossa área de produção”, afirmou Prado. “Não podemos deixar do jeito que está. É um tema relevante para o desenvolvimento do País”, disse o presidente da Famato.


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