Os operários da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), responsável pela finalização do metrô de Salvador, já estão no primeiro canteiro de obras, localizado no Acesso Norte. Segundo a assessoria do consórcio, já foram contratados 600 operários para essa primeira etapa. Entre fevereiro e março de 2014 serão 3.400 operários trabalhando para que a Linha 1, Lapa/Retiro, esteja em operação assistida em junho 2014. O compromisso contratual prevê inauguração até 15 de setembro de 2014.
O canteiro de obras está localizado próximo ao viaduto que liga o Retiro à Avenida Luis Eduardo Magalhães. Alguns tratores, geradores e até um bate-estaca estão dando movimento à obra. Estão sendo retiradas contenções de encostas feitas de cimento e vigas estão sendo alinhadas na forma de pilastras arredondadas. Ao menos 20 operários estão no local.
Apesar de ontem ter sido o primeiro dia em que operações mais complexas começaram a serem realizadas no local, a assessoria da CCR informou que os trabalhos foram iniciados desde a semana passada. Foram realizados serviços de limpeza e medição, sendo recrutado para tanto um número pequeno de operários e técnicos.
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Segundo a concessionária, a ligação Lapa-Pirajá, que completará o primeiro ramal, entrará em funcionamento em janeiro de 2015. O cronograma prevê mais cinco fases, que serão inauguradas entre 2015 e 2017. O empreendimento inteiro, com as duas linhas e todas as estações, tem prazo de entrega para abril de 2017, quando deve funcionar o trecho Lapa-Aeroporto/Lauro de Freitas.
Povo ainda incrédulo
João Enrique Pires, comerciante do bairro do Retiro foi umas das pessoas que notaram a movimentação no canteiro de obras. Mas, incrédulo, não vê os operários e as máquinas no local como prova de que desta vez o metrô vai sair. “Só vou acreditar quando entrar nele e ele me levar ao meu destino”, disse. Para o comerciante, o metrô é apenas uma ilusão que os governantes vêm usando para ganhar mais dinheiro. “Eles constroem uma parte, para e precisa de mais dinheiro para completar. Acho que isso vai se repetir. E o pior é que o dinheiro é nosso”, acrescentou.
A secretária Jandira Pinheiro moradora do Retiro tem uma visão mais positiva. “Dessa vez vai”, diz. Mas sua fé na realização da obra não tem a ver com a credibilidade na lisura do processo. “Acho apenas que já roubaram o suficiente, mesmo que roubem será menos e o dinheiro vai dá para terminar a obra”, opina. Ela conta ainda que já teve um sonho em que andava de metrô por Salvador e via todo povo “feliz da vida”.
O taxista Evandro Moreira Lima tem um posicionamento mais racional. Ele acredita na finalização da obra e explica suas razões. “O governo sabe que é burrice continuar do jeito que está. A falta de acessibilidade e infraestrutura logística tira a competitividade do país. E eu acredito que até os empresários brasileiros estão fazendo pressão para que as cidades, os estados e o país saiam desse eterno engarrafamento que não é bom para ninguém, só para uns políticos burros que pensam mais em roubar que aproveitar a chance de levar uma nação a um patamar mais elevado”, opinou.
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