ALL no limite

Gerson Toller, jornalista, diretor da Revista Ferroviária


“Isso aqui é como o exército vietcong. Construímos as pontes abaixo do nível do rio para a aviação americana não ver”.  A frase, de um alto executivo da ALL, bem definia o estilo de administração da então nova concessionária: criatividade, economia de meios e soluções heterodoxas. Mais viriam, no mesmo estilo: vagões tanque viravam graneleiros, vagões fechados  viravam telescópicos, locomotivas operavam só com motores de tração; motores de tração GM eram usados em locos GE, e assim por diante, para general Giap nenhum botar defeito.


Durante um bom tempo, deu resultado: o investimento foi contido, o tráfego subiu e os resultados de balanço – se não sustentaram as cotações em bolsa – permitiram a transferência para o público de 60% do capital da empresa.


O problema é que – talvez não no Vietnam, mas com certeza na ferrovia – “manutenção postergada não reclama, se vinga”, como diz Julio Fontana, presidente da Cosan Logística e responsável pelo projeto da Rumo, na ingrata função de principal cliente da ALL. Em 2013, até o final de novembro, a ALL foi responsável por 370 acidentes ferroviários – 46,42% das ocorrências no país – com 113 vítimas, incluindo os oito mortos de São José do Rio Preto (SP). Isso quando realizou apenas 10,4% do tráfego medido em toneladas úteis, conforme dados da ANTT.


De pouco adiantaram os R$ 23 milhões de multas aplicadas pela ANTT por “manutenção de via postergada” e “negligência na manutenção de ativos arrendados”.  Mesmo porque, segundo Jorge Bastos, diretor geral da ANTT, boa parte das multas nunca é paga, por conta de recursos judiciais.


De pouco adiantou, igualmente, a parceria oferecida pela Cosan/Rumo, que em 2009 se dispôs a investir R$ 1,2 bilhão no aumento de capacidade da ALL, para multiplicar o volume de açúcar transportado pela ferrovia até o porto de Santos. O objetivo era alcançar 9 milhões de toneladas em 2013, tirando da rodovia 2 mil caminhões por dia.Todo o dinheiro vinha da Rumo, enquanto o gerenciamento do projeto ficava por conta da ALL.


O que aconteceu na realidade foi que, este ano, o volume ficou em menos de um quarto da meta, a duplicação de linhas está longe de ser concluída e a ALL destruiu em acidentes  43 vagões novos comprados pela Rumo para o transporte de açúcar. Para não perder clientes, a Rumo voltou a utilizar caminhões, o que levou a um aumento de 86,4% no custo de serviços no primeiro semestre do ano.  Depois disso, em mais uma manobra surpreendente, a ALL entrou na Justiça, em outubro passado, contra a Rumo, para escapar ao pagamento das multas contratuais – que neste final de ano se elevam a um total acumulado em torno de 200 milhões – e encerrar o contrato.  Foi a primeira vez na história conhecida do transporte ferroviário que uma ferrovia tentou descartar um cliente que lhe forneceu 929 vagões e 50 locomotivas para executar um contrato de longo prazo. Isto é incrível!

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