Metrô de NY terá estações personalizadas por artistas

O metrô de Nova York serve de parede para uma das maiores coleções de arte contemporânea da cidade: o mural de Roy Lichtenstein instalado na estação de Times Square, os azulejos de Sol Lewitt em Columbus Circle e o mosaico de Eric Fischl na Rua 34 são apenas alguns destaques de um grupo de 250 obras públicas que vêm sendo encomendadas pela Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA, na sigla em inglês) desde 1985.


Em 2016, esse louvável (embora muitas vezes ignorado) museu aberto 24 horas por dia vai ganhar galerias mais nobres, com a inauguração da primeira fase de uma aguardada nova linha de metrô que está em construção na Segunda Avenida. Entre os quatro artistas convidados a se espalhar pelas estações — que serão mais espaçosas, livres de colunas e terão pé-direito mais alto, favorecendo a exposição, e a expansão, dos trabalhos — está o brasileiro Vik Muniz.


– Agora, um único artista vai mostrar muitas obras. A situação é totalmente diferente. Houve grandes avanços na engenharia desde que o metrô de Nova York foi construído, em 1904 – diz a artista plástica e curadora Sandra Bloodworth, que dirige o programa Arts for Transit desde 1988. – As novas estações terão corredores com extensão de dois quarteirões no mezanino e uma paleta natural, com granito cinza, porcelana off-white, aço inoxidável e vidro. Pela primeira vez vamos poder mostrar arte no nível da rua, para qualquer um que estiver passando. Isso tudo realmente expande a audiência e ativa o espaço.


Assim como todos os artistas comissionados pelo programa de arte permanente da MTA, Muniz e os americanos Sarah Sze, Chuck Close e Jean Shin foram eleitos após um extenso processo de seleção, por um comitê formado por profissionais do mercado de arte. Sarah Sze, que recentemente instalou uma escultura no High Line, o parque suspenso do West Side de Manhattan, prepara desenhos de paisagens em porcelana para a estação da Rua 96. Já os outros três trabalharão com personagens da cidade.


Chuck Close, famoso por seus retratos fotorrealistas em grande escala, instalará na Rua 86 uma série de figuras de Nova York compostas por mosaicos, como convém ao estilo “pixelizado” do artista. Na Rua 63, Jean Shin mostrará uma instalação fotográfica em cerâmica e vidro, com imagens de passageiros dos tempos em que a Segunda Avenida tinha uma linha elevada, entre 1875 e 1942. E Vik Muniz ocupará a estação da Rua 72 com moisaicos fotorrealistas de tipos comuns em tamanho natural, instalados em pontos estratégicos.


– Serão uns 36 personagens que você vai encontrando pelo mezanino. Todo o tipo de gente que se possa imaginar, aquela mistura de Nova York – adianta Muniz, que morou na cidade (onde até hoje tem casa e ateliê) durante 30 anos. — Peguei esse metrô por muito tempo na minha vida. Tem uma coisa muito interessante nos trens, que também é a principal característica da cidade: as pessoas. Quando alguém fala das coisas legais de Nova York, geralmente são histórias que envolvem pessoas. Coletei centenas de histórias e impressões interessantes em Nova York, e todas tinham a ver com gente.


O artista vai reproduzir algumas dessas histórias, reais ou imaginadas: um mascote voltando para casa com a “cabeça” debaixo do braço, um turista cheio de malas, um policial tomando sorvete, uma advogada bem-sucedida de tênis mas com o sapato alto na mão, um casal de faz-tudo de mãos dadas. E também pretende brincar com algumas celebridades locais. O arquiteto e motoqueiro Peter Marino já posou, vestido de couro e fazendo sudoku. O chef Daniel Bouloud está na lista, assim como a fotógrafa Cindy Sherman, que Muniz quer que interprete “aquela mulher chique do Upper East Side”. E o próprio também deve aparecer, como um empresário que abre a pasta na hora em que o trem passa, provocando uma revoada de papéis.


– Muniz quer explorar o tecido social dos usuários do metrô, e a poesia disso – resume Sandra Bloodworth.


Para além dos personagens, o artista, que vai produzir o trabalho na Alemanha com uma empresa especializada em catedrais, também deixará a sua marca na entrada da estação:
– Vou fazer uma revoada de pássaros com uma técnica que parece vitral, mas é no vidro liso.


A linha da Segunda Avenida, projeto que vinha sendo adiado desde 1929, terá ao todo 13,7 quilômetros, ao custo de US$ 17 bilhões. Na primeira fase — que será inaugurada em dezembro de 2016 —, a expectativa é que seja usada por 200 mil passageiros por dia.


O programa Arts for Transit foi implementado como parte de um grande plano para salvar o metrô de Nova York de décadas de decadência, nos anos 1980. Além das obras permanentes — que inspiraram uma visita guiada por uma dúzia de estações que hoje acontece de segunda a sábado, a US$ 25, um livro de autoria da própria Sandra Bloodworth, que ganhará uma nova edicão no segundo semestre, e o documentário “The art undergound” —, há exposições temporárias e milhares de performances musicais a cada ano.


– Esses lugares de trânsito estão se transformando – ressalta Muniz. – Aeroporto hoje é que nem shopping center. Agora, estação de trem está virando museu. Por que não?

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