Artigo: ERTMS é tema de Conferência Global da UIC

*Sergio Coutinho


A Ferrovia Turca – TCDD – hospedou nos últimos dias 1 a 3 de abril em Istambul  a XI Conferência Global de ERTMS da UIC, evento bianual promovido pela União Internacional de Ferrovias.  No Centro de Convenções Haliç, com a participação do Diretor Geral da UIC, Jean-Pierre Loubinaux e do Diretor Geral da TCDD Süleyman Karaman, o evento reuniu cerca de oitocentos executivos, engenheiros e especialistas de 38 países. Durante três dias compartilharam experiências sobre o estado da arte e debateram o futuro do hoje cada vez mais global padrão europeu de controle de tráfego ferroviário, o ERTMS.


A visita técnica realizada no primeiro dia evidenciou o dinamismo da TCDD, uma ferrovia estatal que tem planos ambiciosos e os realiza de forma consistente. A recente inauguração do projeto Marmarey sob o estreito do Bósforo, ligando a Europa à Ásia, a implantação de uma malha de alta velocidade e novas ligações para o transporte de carga incluindo conexões com países vizinhos são prova disso.


As vias férreas dos dois lados do estreito de Istambul estão agora conectadas através do túnel a quase 60 metros de profundidade sob o mar. Sendo um dos maiores projetos de infraestrutura ferroviária do mundo, o Marmarey é um caso único de interoperabilidade entre um sistema CBTC e o sistema padrão ERTMS, possibilitando a coexistência de alta densidade de tráfego de trens de passageiros com o transporte de carga durante a madrugada, maximizando o retorno sobre o investimento realizado.


Contando com a participação da Agência Europeia de Ferrovias, sessenta apresentações divididas em doze painéis,  abordaram aplicações do padrão ERTMS e os caminhos para a sua evolução incluindo a implantação de sistemas de nível 3, cujas especificações foram concluídas em 2012.


O fio condutor da conferência foi a maximização dos investimentos e a redução de custos. A União da Indústria Europeia, a UNIFE, apresentou um sumário da inciativa Shift2Rail, empreendida em conjunto com a Comissão Europeia, na verdade uma PPP com orçamento de quase um bilhão de euros com foco na pesquisa e inovação para a competitividade, buscando novas soluções e tecnologias que deverão estar disponíveis a partir de 2020.


O Shift2Rail tem como objetivos ampliar a capacidade de transporte do modal ferroviário em 100%, aumentar a sua confiabilidade em 50% e reduzir o seu custo ao longo do ciclo de vida em 50%. Entre outros programas de inovação do Shift2rail está a convergência dos sistemas de sinalização CBTC e ERTMS atendendo a quase totalidade das demandas do transporte sobre trilhos, seja urbano, de longa distância, de carga ou de passageiros com sistemas inteligentes padronizados de sinalização.


Outra iniciativa suscitou muito interesse foi o projeto Open ETCS, que pretende alavancar uma implementação confiável e de baixo custo para o padrão europeu de sinalização através do desenvolvimento por um consórcio formado por 35 empresas de uma versão aberta do seu software básico.


A UIC e a ERA apresentaram os progressos do projeto do Futuro Sistema de Comunicação Móvel Ferroviária, que substituirá o GSM-R a partir de 2028-2030. O GSM-R, que atualmente é o padrão global de comunicações móveis ferroviárias e cobre cerca de 180.000 km de vias, continuará a evoluir,  ser instalado e utilizado até lá, uma vez que o FRMCS tem como premissa básica a retro compatibilidade. A tendência de basear o novo sistema de comunicação móvel ferroviária na tecnologia 4G de comunicação de massa continua a ser considerada, mas a nova solução deverá passar por rádios definidos por software, capazes de operar em múltiplos sistemas e múltiplas frequências.


No campo das comunicações ficou evidente a dialética entre construir e comprar, entre a própria ferrovia operar seus sistemas ou realizar programas de outsourcing comprando simplesmente serviços de operadores dedicados ou até mesmo públicos, desde que os requisitos de criticidade, disponibilidade e confiabilidade sejam plenamente atendidos.
A Conferência mostrou uma vez mais as vantagens da adoção de padrões globalizados e de como o foco no aporte de recursos propicia o crescimento da massa de conhecimentos trazendo rápidos ganhos de competitividade. Os projetos podem ter seus prazos abreviados, passando diretamente da fase de discussão do “o que fazer” para a fase seguinte, a do “como fazer”.


O que se pode observar é que desde o encontro anterior realizado em Estocolmo em 2012 o ERTMS evoluiu de forma consistente, ampliou significativamente a sua participação no mercado global e atingiu a maturidade, firmando-se não só como o padrão de fato para a sinalização e a comunicação ferroviárias mas como um caminho de inovação e evolução a ser seguido pelas as próximas décadas.


*Sergio Coutinho é sócio diretor da Guedelha & Associados

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