Cade recomenda abertura de processo no caso ALL-Rumo

A Procuradoria do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão do Ministério da Justiça, concluiu, nessa quinta-feira, um parecer em que recomenda a abertura de processo administrativo para investigar o contrato de transporte de açúcar entre a Rumo Logística, empresa do grupo Cosan, na ferrovia da América Latina Logística (ALL). A recomendação será encaminhada à Superintendência-Geral do órgão antitruste, que pode aceitar ou não os termos do parecer.


Apesar de pedir a abertura de processo, a Procuradoria do órgão foi contrária à concessão de medida preventiva para suspender o contrato. Segundo o procurador-geral do Cade, Victor Rufino dos Santos, é necessária uma “análise cuidadosa” dos requisitos legais para a imposição de medida mais drástica.


“A imposição de medida preventiva revela-se excepcional por traduzir inegável cerceamento da liberdade de atuação empresarial de agentes econômicos antes da decisão final do Cade”, escreveu Santos no documento ao qual o Valor PRO teve acesso.


O parecer foi concluído nove dias depois de os acionistas controladores da ALL e da Rumo aprovarem a fusão entre as duas empresas. Os acionistas minoritários devem seguir o mesmo caminho dos principais acionistas – entre eles BNDESPar, Previ e Funcef -, em assembleia que será realizada em 8 de maio.


Uma vez concluída a fusão, a expectativa é a de que a disputa entre Rumo e Cosan no Cade e na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seja encerrada.


Mas, enquanto a união entre as empresas não for formalizada, advogados da ALL continuam peticionando contra o contrato assinado pela companhia com a Rumo, em 2009, que teria, segundo eles, condições mais favoráveis ao transporte de cargas de açúcar dessa última empresa.


O parecer da Procuradoria trata, portanto, de uma realidade anterior à fusão, em que a ALL posicionou-se de maneira contrária ao contrato assinado com a Rumo. Ele foi proferido nos autos de um inquérito administrativo instaurado pela Superintendência do Cade, em dezembro, a partir de pedido da TCA, uma empresa de logística e transporte que reclamou contra o domínio da Rumo na ferrovia da ALL.


A Fibria, de celulose, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a Associação Brasileira das Indústrias de óleos Vegetais (Abiove) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) também encaminharam ao Cade petições em que revelaram que gostariam de ter mais espaço nos vagões da ALL.


O caso também foi levado à Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados que aprovou um requerimento ao Cade pedindo a abertura de processo. A Lei Antitruste (nº 12.529) determina a instauração imediata de investigação a partir de pedidos formalizados pela Câmara ou pelo Senado.


O parecer da Procuradoria do Cade informa que, após o requerimento da Comissão da Câmara, o órgão antitruste deve atuar pela instauração de inquérito, o que já foi feito no caso, ou pela abertura de processo administrativo, o que ainda não ocorreu.


Procuradas, tanto ALL quanto a Rumo informaram que não vão comentar o teor do parecer.


Fusão já leva ferrovia a reduzir carga de açúcar


A Cosan deve levar a fusão de Rumo e ALL para análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nos próximos dias. Até que o órgão se posicione, as companhias devem seguir separadas, ainda que o negócio seja aprovado em assembleia de acionistas de ambas as empresas.


Com a união, a empresa resultante deverá transportar menos açúcar e mais outras commodities, que ofereçam frete mais vantajoso (por usarem maior trecho da malha ferroviária da ALL).


O Valor apurou que a redução no açúcar deve começar a ocorrer em breve, antes mesmo da decisão do Cade. O acordo, em discussão, faz parte da negociação das regras de transição para convivência das companhias, na tentativa de pacificar a disputa bilionária em torno do contrato firmado em 2009.


Atualmente, a ALL transporta mensalmente cerca de 250 mil toneladas de açúcar. Esse volume deve ser reduzido para 200 mil toneladas, ou até um pouco menos.


A definição da quantidade será negociada de maneira cordial entre as companhias, a despeito da decisão da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT). O regulador determinou que a ALL transporte para a Rumo 550 mil toneladas por mês em abril e maio, 700 mil em junho e 750 mil de julho a dezembro (a ALL recorreu da decisão).


Esses volumes devem ser atendidos, na visão de pessoas envolvidas ouvidas pelo Valor, apenas caso a Rumo solicite à ALL. Mas deve prevalecer o que for acertado de comum acordo.


A combinação com a Rumo tem potencial de agregar cerca de R$ 700 milhões em lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) à ALL.


Deste valor, cerca de R$ 400 milhões devem vir justamente da desobrigação – pela natural extinção do contrato de 2009 – da companhia de carregar açúcar. O plano é dar preferência a commodities que ofereçam frete mais vantajoso, como soja, já que o do açúcar é baixo por estar próximo a Santos. A assembleia de acionistas da ALL, inicialmente prevista para dia 15 de maio, foi marcada para o dia 8.

Borrowers who would look cash advance payday loans their short terms. payday loans

It is why would payday cash advance loan want more simultaneous loans. payday loans

Payday lenders so why payday loans online look at.

Bad lenders will be payday loans online credit bureau.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*