O excesso de burocracia é o inimigo número um da logística brasileira, disseram os especialistas presentes no Fórum Caminhos da Safra nesta terça-feira (16/9), na sede da Editora Globo em São Paulo (SP). Em segundo lugar, estaria o apagão portuário.
Luiz Cláudio Pavinatto, da SLC, afirmou que, já que o governo não consegue fazer as obras necessárias, deveriam desburocratizar os sistemas de concessões de licenças para que a iniciativa privada o faça. “Em tudo no Brasil, a burocracia é um entrave para o desenvolvimento pleno, mas especificamente no setor de infra-estrutura, é urgente”, declarou o executivo. “É preciso pensar em 20, 30 anos e parar com essa coisa de ter preconceito de dar continuidade aos projetos do governo anterior”, completou o empresário Claudio Adamucio.
“Mas realmente, se o governo se esforçasse para facilitar o processo, desburocratizar as concessões e licenças necessárias poderíamos atrair muitos investimentos. Às vezes, os recursos estão lá, esperando e se perdem no processo burocrático”, avalia Adamucio.
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Fayed, da CNA, é ainda mais específico. “Resumidamente, são dois os problemas: o apagão logístico e o excesso de burocracia. Produzir, a gente produz e se for preciso, o produtor rural brasileiro leva a carga até no lombo de burro, mas se não tiver portos, não teremos como exportar nada”, disse.
Para ele, o Brasil é o País que terá a “chave da despensa” do futuro. “O Brasil vai ser sim, sem dúvida, o maior produtor de comida do planeta. Só que isso não vai dar certo se não tivermos prontos”, alerta. “Se o petróleo, aquele negócio fedido e grudento, provoca guerras, imaginem o que a falta de comida vai provocar…nós precisamos acordar em tempo”.
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