No fim de semana que marca o início das férias escolares de outono em alguns estados e o fim delas em outros e com isso, o considerável aumento de passageiros nos trens, a Companhia Ferroviária Alemã (Deutsche Bahn), sofre com os efeitos da greve.
Em menos de 8 dias, o Sindicato Alemão de Condutores de Trem (GDL) faz desde as primeiras horas deste sábado, a sua segunda greve, marcada para durar até as 4 horas da manhã de segunda-feira (20). Ela atinge trens regionais, interestaduais assim como o transporte de mercadorias. As cidades de Halle e Leipzig (leste do país), Hamburgo e Hannover são as mais atingidas. Em toda a Alemanha, somente 30% dos trens bala (ICE) estão em funcionamento. “Uma greve dessa dimensão e assim tão em cima da hora é total falta de responsabilidade e beira a irracionalidade. Um dia de greve causa, no mínimo, 1 Milhão de euros por dia”, declarou Ulrich Weber, diretor do departamento pessoal da Ferrovia Alemã, ao tabloide Bild.
Claus Weselsky, diretor do sindicato GDL, disse que “dependendo das jornadas de trabalho, entre 2000 e 5000 funcionários fazem parte da greve”, em entrevista ao noticiário de maior audiência do país, o Tagesschau.
Oferta antecipada
Tentando minimizar o prejuízo, a Deutsche Bahn (DB) antecipou em dois dias para este sábado (18), a divulgação da nova proposta ao sindicato, proposta essa que continha um aumento de salário em três etapas de ao todo 5% a ser pago numa janela temporária de 30 meses além de uma pagamento único da quantia de 325 euros (aprox. 414,00 reais). Também essa oferta foi rejeitada pelo sindicato. GDL exige não somente 5% de aumento de salário e a diminuição da jornada semanal de trabalho mas também poder, a partir de agora, representar os funcionários atuantes dentro nos trens.
Rivalidade entre os sindicatos
Enquanto o GDL representa exclusivamente os direitos dos condutores de trens, o EWG representa funcionários atuantes na área ferroviária em diferentes setores e, segundo o seu vice-diretor, Klaus-Dieter Hommel ainda acredita que suas revindicações poderão ser conquistadas em negociações com a diretoria da DB. A disputa se faz especialmente transparente durante as 50 horas de greve desse fim de semana. “O que a GDL está fazendo não é revindicação por melhores condições de trabalho, mas uma propaganda visando adesões de novos membros”, alfinetou Hommel.
Até que se prove que focinho de porco não é tomada…
Da perspectiva dos passageiros, grevistas são grevistas que atrasam suas vidas, os impedem de chegarem a tempo de A pra B os fazem esperar. Já que os passageiros não tem com diferenciar quem é representado pela GDL, quem paga o pato na forma de ouvir desaforos, são os funcionários do EWG, que executam normalmente suas jornadas nesses fins de semana.
O ministro alemão dos transportes, Alexander Dobrindt, exigiu que o partidos “retornem o mais rápido possível à mesa de negociações para evitar mais transtorno para terceiros”.
Nesses dias, não há como não contrariar a tese de que todos os caminhos levam a Berlim e se levam, não sem muitos atropelos e esperas que exigem paciência dos passageiros.
Fotógrafos da Reuters e da DPA eternizaram a letargia de lugares, onde normalmente, rege um ritmo insano de estar em trânsito, de chegadas e partidas.
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