O grupo de concessões de infraestrutura CCR registrou um lucro líquido de R$ 346,1 milhões no terceiro trimestre deste ano – retração de 14,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda, que ocorreu mesmo com uma receita maior na mesma comparação, ficou dentro do intervalo das previsões de analistas e foi influenciada pelas obrigações de investimento em ativos recentemente conquistados e pelo maior custo com juros.
A receita líquida da companhia (tirando o efeito contábil das receitas de construção) foi de R$ 1,45 bilhão, um aumento de 5,9% na comparação com um ano antes. Impulsiona esse número o faturamento de pedágio, que foi 4,2% maior, já que, apesar da queda de 1,4% do tráfego consolidado, a tarifa média cresceu. Outras receitas, como a da ViaQuatro (concessionária da linha 4-Amarela, controlada pela CCR) e a do STP (dos serviços de pagamento eletrônico de pedágio Sem Parar e Via Fácil), cresceram mais, mas representam um percentual pequeno (menos de 10%) do total.
As despesas administrativas cresceram 1,9%, somando R$ 157 milhões). “A CCR conseguiu controlar custos e ser mais eficiente. São detalhes, como comprar passagens com mais antecedência e fazer reuniões por teleconferência”, explica Marcus Vinícius, gerente financeiro e de relações com investidores da CCR.
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No Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) houve crescimento de 1,3%, para R$ 918 milhões. A margem Ebitda caiu 2,2 pontos percentuais, para 65,2%. Pesam no balanço principalmente os investimentos em dois ativos recentemente conquistados: metrô de Salvador e BR-163 no Mato Grosso do Sul. Além disso, há o aeroporto de Confins, que começará em 2015 uma fase mais intensa de desembolsos. O cenário deve começar a mudar no último trimestre de 2015, quando o metrô e a rodovia começam a gerar receitas de forma robusta.
Na parte financeira do balanço, houve uma perda 35% maior, para R$ 219 milhões. Impactaram no item as despesas com juros, que subiram 58%, para R$ 235 milhões. Além de uma dívida maior, influenciada pela Selic média maior, que subiu de 7,5% ao ano para 10,9% na comparação).
Apesar de prever maior endividamento ao longo de 2015, a dívida líquida sobre Ebitda continua apenas em 2 vezes. “A expectativa [de novas concessões] existe. A CCR tem capacidade e vai avaliar novas oportunidades”, diz. A CCR fez R$ 558,6 milhões em investimentos no trimestre e manteve o guidance de investimentos em R$ 3,23 bilhões para 2014.
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