Concessões devem elevar investimentos

Mudanças estruturais e ajuste fiscal são condições citadas por executivos premiados para a retomada de investimentos. Mesmo considerado como “desafiador”, o ano 2015 se mantém no calendário de importantes investimentos para muitas empresas.

O grupo de concessões de infraestrutura CCR vai investir R$ 5 bilhões neste ano, no maior montante desembolsado pela empresa em 15 anos de história. Entre os projetos que receberão aportes estão a construção do sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas (BA), a atualização do aeroporto de Confins (MG), a implantação do veículo leve sobre trilhos (RJ) e a duplicação da BR¬163, importante corredor de escoamento da produção do agronegócio. Renato Vale, presidente do grupo, diz que, de certa forma, o governo começou a recuperar a confiança dos investidores com o lançamento das medidas de ajuste fiscal.

Para o executivo, o governo poderá abrir outra perspectiva positiva se viabilizar a nova rodada de concessões de infraestrutura. “Os programas precisam ser atrativos, com condições favoráveis de financiamento e viabilidade econômico¬financeira e ambiental”, diz Vale. “Não tenho dúvidas de que, considerados esses aspectos, o setor privado terá interesse em disputar bons projetos.”

Novas concessões também são consideradas estratégicas por João Carlos Brega, presidente da Whirlpool. “Esperamos que o governo sinalize que vai abrir as concessões, bem como fazer leilões de hidrovias, ferrovias e aeroportos. Com isso, teremos cenário de médio e longo prazos positivo em investimento de infraestrutura, o que alimenta toda a cadeia.” E acrescentou: “Seguimos o planejamento de longo prazo, confiantes na economia do país. Estamos atentos às oportunidades e manteremos investimentos de 3% a 4% do faturamento em inovação, para ampliar a participação no mercado de linha branca.”

“A Votorantim Cimentos acredita no Brasil e apoia a retomada de projetos de infraestrutura. Se todos os investimentos planejados em infraestrutura se efetivarem, teremos impacto muito positivo para o país”, afirmou o CEO global da Votorantim Cimentos, Walter Dissinger. Para ele, as perspectivas para o segundo semestre são de “breve” retomada das concessões. Mesmo com o quadro atual, a Votorantim Cimentos pretende investir R$ 5 bilhões até 2018, com cinco novas fábricas no Brasil, modernização das existentes e abertura de novas plantas no exterior. “O plano vem em continuidade a investimentos de R$ 10 bilhões feitos de 2007 a 2014 e que resultaram na expansão da capacidade de produção global em 51%”.

No setor de extração mineral, a Vale tira projetos históricos do papel. A companhia está se preparando para um ciclo “benigno mais para a frente”, disse o presidente da Vale, Murilo Ferreira. “Estamos fazendo o maior projeto de nossa história, um investimento de US$ 19,5 bilhões para construir o projeto S11D, em Carajás [PA]. Acabamos de fazer também quatro projetos em Itabiritos (MG), sendo que dois deles estão em produção e outros dois em ‘ramp up'”. A Vale também termina neste ano o maior projeto fora da cadeia de óleo e gás na África, em Moçambique, avaliado em US$ 8,4 bilhões.

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