CSN consegue mais prazo para pagar dívida com BB

A siderúrgica CSN, do empresário Benjamin Steinbruch, conseguiu mais prazo para pagar sua dívida de curto prazo com o Banco do Brasil, no valor de R$ 2,2 bilhões.

O acordo, fechado nesta sexta (25), deve aliviar a pressão sobre as finanças da companhia, que enfrenta dificuldades para pagar dívidas.

No começo do mês, a empresa já tinha feito um acerto semelhante com a Caixa Econômica Federal.

Com essas duas operações, a CSN conseguiu adiar por prazos de até sete anos o vencimento de R$ 4,8 bilhões dos R$ 7,4 bilhões que precisaria pagar entre 2016 e 2018.

O empréstimo com o BB venceria entre 2016 e 2017. Agora, a CSN só precisará quitá-lo entre 2020 e 2022.

“As renegociações com o Banco do Brasil e com a Caixa são importantes. Agora teremos mais dois anos para vender os ativos que serão usados na redução do nosso endividamento”, afirma Paulo Caffarelli, diretor da CSN.

Caffarelli, responsável pela negociação, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda e antes tinha sido vice-presidente do BB. Foi contratado neste ano para trabalhar na reestruturação da CSN.

As dívidas de curto prazo preocupavam o mercado porque a companhia tinha somente R$ 7,8 bilhões em caixa ao fim do primeiro semestre. No total, a dívida da siderúrgica chega a R$ 31,9 bilhões. A situação chamou a atenção de agências de risco, que rebaixaram a nota da companhia recentemente.

Conhecido como empresário de lances arrojados, Steinbruch está habituado a trabalhar no limite do endividamento. Desta vez, no entanto, foi forçado a rever sua estratégia porque a crise está batendo pesado nos principais negócios da CSN, que são aço e minério de ferro.

De comprador de empresas, passou à posição de vendedor. Colocou à venda um terminal de contêineres no porto de Itaguaí, duas pequenas hidrelétricas, ações da ferrovia MRS e a fatia de 17,4% que a CSN tem na Usiminas.

A empresa não comenta quanto espera levantar com a venda de ativos. Somente as ações da Usiminas estão avaliadas em R$ 1,1 bilhão, pela cotação de sexta.

A venda do terminal de Itaguaí já está em negociação e a companhia afirma ter conseguido a aprovação dos sócios na MRS, entre eles Vale e Gerdau, para buscar interessados.

MAIS PREOCUPAÇÃO

Fazer caixa não é a única preocupação urgente de Steinbruch. Até o fim do ano, precisa resolver pendência de US$ 3 bilhões com um grupo de empresas de Japão, Coreia e Taiwan, que há cinco anos comprou parte de uma de suas mineradoras, a Namisa.

O empresário se desentendeu com os parceiros e prometeu incluí-los num projeto maior, a Congonhas Minérios. Mas, caso a empresa não fique pronta até dezembro, Steinbruch precisará devolver os US$ 3 bilhões.

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