Projeto de mineração na região ficou no papel

Não é apenas a falta de dinheiro que coloca em xeque a conclusão e o futuro da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Subiu no telhado a implantação de um grande projeto de mineração de ferro na região de Caetité. Esse empreendimento, que sempre foi defendido como a principal razão de ser da ferrovia, hoje está praticamente paralisado.

Para além da queda vertiginosa do preço do minério de ferro no mercado internacional, o empreendimento virou alvo de uma intensa disputa judicial fora do Brasil.

A Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC), empresa do Cazaquistão que detém o direito de exploração do “Projeto Pedra de Ferro” em Caetité, está envolvida em uma disputa judicial com a Zamin, empresa indiana que detinha o direito dessa mina. A ENRC é dona da Bahia Mineração (Bamin), empresa criada para explorar o minério. O imbróglio, que corre nos tribunais internacionais, envolve compromissos financeiros que, segundo os indianos da Zamin, não teriam sido honrados pela ENRC. A empresa nega irregularidades.

Procurada pelo Estado, a Bamin não se pronuncia sobre esse ou sobre qualquer outro tema relacionado à mineração na região.

“É um problema interno dessas empresas, são disputas comerciais. Quanto a nós, o que queremos é que as coisas se resolvam e os projetos avancem”, afirma Eracy Lafuente, coordenador executivo de infraestrutura e logística da Casa Civil do governo da Bahia.

Os dilemas do complexo logístico da Bahia incluem ainda a construção do Porto Sul da Bahia, em Ilhéus. O empreendimento, que previa mais de R$ 5 bilhões em investimentos e dois terminais de grande porte – um da Bamin e outro do governo baiano – passa por reformulação para que tenha apenas um terminal, dividido entre a empresa e setor público.

“Nossa expectativa é começar as obras no início do ano que vem”, diz Lafuente. “Não há porque seguir em frente agora com as obras, se temos de fazer uma revisão da planta. Além disso, ainda não existe a ferrovia. ”

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