A União das Entidades de Presidente Prudente e Região (Uepp) protocolou um “apanhado de demandas” para o uso do transporte de cargas por meio do modal ferroviário no Oeste Paulista. O documento foi entregue durante uma reunião realizada entre a Rumo ALL e empresários na manhã desta quarta-feira (16), em Presidente Prudente.
Com os objetivos de mapear as demandas e tirar dúvidas sobre o serviço, o evento desta quarta-feira (16) tinha o intuito de “trazer empresários do ramo industrial para prospectar a demanda [do transporte] em nome da região, levar esses nomes para discussões internas e buscar viabilização”, conforme o representante comercial da empresa, Gabriel Maranhão.
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Ainda conforme Maranhão, o transporte ferroviário na região de Presidente Prudente não funciona pela falta de demanda. “Tem interesse, mas o fluxo da demanda não é viável e não corresponde a ferrovia”, disse.
No entanto, durante o encontro, os empresários presentes afirmaram que há demanda suficiente, reclamaram da “repetição” de assuntos nesses encontros e pediram uma “visão mais aprofundada”, além de propostas “mais rentáveis para ambas as partes”.
De acordo com o diretor de Comunicação da Uepp, Marco Antônio Goulart, já existem vários processos e audiência realizada e não foi apresentado um plano de trabalho com a sociedade. “É importante a união entre a sociedade civil e os governos para que a empresa [ALL] atenda a região”, destacou. Com isso, o protocolo foi feito para tentar “viabilizar a demanda”.
Para demonstrar que a região pode ativar o transporte de cargas por meio da ferrovia, a Uepp levou um documento com alegações de oito empresas, que já foi apresentada em uma reunião realizada no dia 2 de dezembro com a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) no intuito de que a ALL apresente em próximos encontros um plano “mais concreto”.
No protocolo, as empresas discorreram sobre suas produções, tanto mensais quanto anuais, e intenções para a utilização do transporte. Os números das produções apresentadas são: 110 mil metros cúbicos (m³) de combustíveis e 30 contêineres, além de mais de 160 mil toneladas de produtos variados. Conforme a Uepp, em reuniões passadas foi informado pela Rumo ALL que o mínimo necessário eram 50 mil toneladas. “Várias empresas aguardam um retorno. Se estiverem operando, haverá mais demanda”, destacou a entidade na entrega do documento.
Avaliação interna
Durante o encontro, o representante comercial da Rumo ALL destacou que os dados apresentados pelas empresas da região de Presidente Prudente passarão por avaliação interna, junto ao planejamento e à rentabilidade da empresa, para analisar a viabilidade.
Um dos interessados na reativação da ferrovia é o empresário Ricardo Nakaya. Segundo ele, o serviço “pode auxiliar e facilitar”. “A gente também produz em Presidente Prudente e são materiais que precisam ir para São Paulo para redistribuir”, colocou. Ele ainda apontou que há muito tempo luta para que haja um porto seco. “Se nada for feito, na minha opinião, uma avenida podia ser construída paralela à Avenida Brasil”, comentou.
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