A primeira parte do relatório de consultoria da KPMG sobre as obras do Veículo Leve sobre Trilhos – VLT apontou para um valor R$ 535 milhões a menor do que os R$ 1.135 bilhões requisitados pelo Consórcio VLT Cuiabá/Várzea Grande para concluir as obras.
“Estamos aos poucos definindo como será a atuação do governo do Estado em relação ao VLT, que somente receberá recursos públicos quando todas as pendências estiverem sanadas”, limitou-se a dizer o governador Pedro Taques, que assegura querer a conclusão, mas com transparência, eficiência e competência.
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Alegando a necessidade de reajuste com a devida correção de inflação/ano mais variação cambial por causa do aumento do dólar e reequilíbrio financeiro do referido contrato, o Consórcio VLT cobrava R$ 423 milhões mais outros R$ 446 milhões de saldo corrigido pelo Índice Nacional de Custos da Construção – INCC.
O estado de Mato Grosso já pagou R$ 1,066 bilhão para a execução da obra total, de um total de R$ 1,477 bilhão licitado através do RDC – Regime Diferenciado de Contratação que supostamente não permite aditivos de preço, apenas de prazo.
No entanto, o estudo da KPMG aponta que o valor do reajuste e reequilíbrio financeiro é de R$ 176 milhões e o saldo é de R$ 426 milhões, já com a devida correção.
Ainda segundo o estudo, o consórcio pedia outros R$ 265 milhões como custos adicionais, já que pelo cronograma apresentado pelo consórcio, a obra terminaria em 2018. No entanto, o estudo da KPMG considerou como não-procedente o pleito do consórcio.
O Consórcio VLT é composto pelas empresas brasileiras CR Almeida, Santa Bárbara (construtoras), Astep e Magna (projetistas) e CAF Brasil, fornecedora do material rodante: trens e sinalização ferroviária.
O resultado da primeira etapa da consultoria KPMG foi protocolado ontem às 18 horas na Justiça Federal que autorizou a contratação da referida auditoria e custou de R$ 3,8 milhões, ou seja, menos de 10% do valor cobrado para a conclusão das obras no valor de R$ 1,135 bilhão, que se descontados os R$ 535 milhões acabam reduzidos para R$ 602 milhões.
A expectativa é de que até o final do mês de março as outras duas partes da consultoria KPMG, que são a questão da operacionalização do sistema VLT e o valor final da tarifa com o consequente subsídio público para fazer frente ao custo total e que interesse à futura população usuária do sistema de transporte de massa, estará pronta.
A consultoria mostra que para dar continuidade às obras do VLT é necessário que o consórcio construtor apresente o projeto executivo e de desapropriação. Além disso, destaca que é fundamental que a Secretaria de Cidades (Secid), em conjunto com o consórcio e a fiscalização, elabore um plano de gerenciamento de riscos, completo e estruturado, conforme as boas práticas de gerenciamento de projetos.
O Consórcio VLT Cuiabá/Várzea Grande disse desconhecer os resultados da consultoria e não iria se manifestar.
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