Metrô-SP contrata consórcio para obra do monotrilho parada desde janeiro

O Metrô de São Paulo contratou um novo consórcio para tocar
obras do monotrilho que vai ligar o aeroporto de Congonhas à Marginal Pinheiros
e que estavam paradas pelo menos desde janeiro. Trata-se da construção de um
pátio de manobras na Avenida Jornalista Roberto Marinho, nas proximidades da
Avenida Washington Luís, e que é essencial para que a linha possa funcionar.

As responsáveis pela obra serão as construtoras Tiisa,
Triunfo e DP Barros, que receberão R$ 162 milhões para tocar a obra. O Metrô
prevê emitir a ordem de serviço ainda nesta semana. Com isso, o consórcio terá
um prazo de até 30 dias para começar os trabalhos. O prazo de vigência do
contrato é de 24 meses.

A previsão atual do Metrô é colocar o monotrilho em
funcionamento em 2018, quatro anos após a previsão inicial do governo de São
Paulo de inaugurar o serviço em 2014.

Diversos atrasos dificultaram o andamento das obras do
monotrilho, e as frentes de trabalho foram totalmente paralisadas nos últimos
12 meses por problemas na execução dos contratos. A construção de estações já
havia sido retomada em junho e, agora, o Metrô faz um novo contrato para a
retomada da construção do pátio de manobras. A assinatura foi na última
quinta-feira (25).

O Metrô tenta ainda retomar a construção dos pilares e da
via em si, já que o contrato está em renegociação judicial.

A Linha 17-Ouro terá 7,7 km e 7 estações. A gestão Geraldo
Alckmin (PSDB) congelou a construção dos outros trechos previstos para a linha
e que atenderia regiões da periferia. Um deles iria da Estação Morumbi da CPTM
e passaria por Paraisópolis e pelo estádio do Morumbi. A outra ligação
começaria na Vila Santa Catarina, perto do aeroporto de Congonhas, e chegaria à
Estação Jabaquara, da Linha 1-Azul.

Atrasos

Em janeiro, a companhia do metropolitano anunciou o
rompimento do contrato com o Consórcio Pátio Monotrilho, responsável pelo pátio
de manobras, e trocou acusações com a empresa Andrade Gutierrez, alegando
abandono dos canteiros. Já o consórcio afirmou que o Metrô era o responsável
pelos atrasos e que não fornecia, por exemplo, projetos executivos necessários
à obra. O Metrô negou.

Uma das dificuldades para retomar a construção do pátio de
manobras foi a declaração de inidoneidade da empresa Mendes Júnior pelo governo
federal nas investigações da Operação Lava Jato. Assim, a Mendes Júnior, que
tinha sido a segunda colocada na licitação para a construção do pátio de
manobras, não pôde assumir a obra. O consórcio contratado agora, formado por
Tiisa, Triunfo e DP Barros, tinha ficado em terceiro.

O secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo
Pelissioni, prevê que o monotrilho deverá funcionar apenas com operação
assistida em 2018. Isso significa que os trens deverão operar inicialmente
apenas em parte do dia, possivelmente em intervalos de menor fluxo.

“Em 2018 ainda a gente quer ter trens sendo testado,
pelo menos trens sendo testados, pelo menos operação assistida, com as obras já
concluídas”, afirmou Clodoaldo Pelissioni ao SPTV. A operação comercial,
ou seja, durante todo o dia, é uma “possibilidade”, segundo o
secretário. “Vamos trabalhar para isso”.

A operação assistida também foi adotada no trecho já
inaugurado do monotrilho da Zona Leste, a Linha 15-Prata. A linha funcionou em
horário reduzido por cerca de um ano, entre 2014 e 2015, no trecho entre as
estações Oratório e Vila Prudente.

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